sábado, 2 de agosto de 2014

Há exatos 62 anos, o mundo era tricolor

O time campeão na noite do triunfo.

Rio de Janeiro, 2 de agosto de 1952.

Assim que o árbitro francês Gabriel Tordjaman fez soar o apito final naquela aprazível noite de inverno carioca, começou a festa tricolor no ainda novíssimo Estádio do Maracanã.

Vale relembrar que aquele onze tricolor foi uma das maiores reuniões de craques da história do futebol brasileiro. A defender a meta, estava um goleiro ainda jovem, mas já titular da Seleção: Carlos Castilho, construindo a carreira que o tornaria uma lenda do esporte. Na estreia contra o Sporting Lisboa, ele já fechara o gol, garantindo o 0 a 0. No jogo contra os suíços do Grasshoppers, o placar ainda marcava 0 a 0 quando houve um pênalti contra o Fluminense. Na bola, Alfred Bickel, o grande craque da seleção da Suíça que empatara com o Brasil na Copa do Mundo de 1950. O gol seria catastrófico para as pretensões tricolores, mas Castilho operou seu milagre preferido, defendendo o tiro fatal. E o Fluminense venceu por 1 a 0.

Na linha defensiva, cinco gigantes auxiliavam Castilho na tarefa de manter a cidadela tricolor intacta: Píndaro, Pinheiro, Jair, Édson e Bigode. Não à toa, o Fluminense só sofreu gols em dois dos sete jogos do torneio. Até mesmo o mítico ataque do Peñarol, com os campeões mundiais de 50 Ghiggia, Miguez e Schiaffino, passou em branco contra a defesa tricolor. E o Fluminense venceu por inapeláveis 3 a 0.

Castilho (centro), Píndaro (esquerda) e Pinheiro (direita).
A Santíssima Trindade Tricolor.

E a linha de ataque, amigos? Com a lesão de Carlyle, todos temiam que o Fluminense não tivesse o mesmo poder de fogo. Mas Marinho o substituiu à altura, garantindo a artilharia da Copa Rio com 5 gols. E convenhamos, uma linha com Telê, Didi, Orlando e Quincas poderia fazer ruir qualquer sistema defensivo. E, para alguma eventualidade, havia bons reservas, tais quais Robson e o peruano Villalobos.

Na semifinal, o forte Áustria Viena, também base da seleção de seu país (que viria a ser semifinalista na Copa do Mundo de 1954), conheceu a fúria do ataque pó-de-arroz. Naquela goleada por 5 a 2, de virada, o Fluminense demonstrou definitivamente que era um dos melhores times do mundo.

Restava vencer o Corinthians na decisão. O rival paulista já era conhecido, mas vivia uma das melhores fases de sua história, papando quase todos os títulos que disputava. Porém, aquele Fluminense não deixaria o troféu escapar, após tão bela campanha. 2 a 0 no primeiro jogo, 2 a 2 no segundo.

E o mundo era tricolor.

PCFilho


Campanha completa do Fluminense na Copa Rio de 1952:

4 comentários:

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