sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Sobre cambistas e outros demônios


No jogo Fluminense x Corinthians, disputado na última quarta-feira, a Polícia Civil estreou seu núcleo de combate aos crimes praticados durante grandes eventos. E começou bem, prendendo quatro cambistas, esse mal que há tanto tempo assola o futebol brasileiro. Os envolvidos estão de parabéns, e esperamos que continuem o ótimo serviço.

Com os quatro cambistas presos, havia 26 entradas, todas de "cortesia" (cuja venda é proibida, em qualquer circunstância). Como manda o Estatuto do Torcedor, todas as cortesias são discriminadas no ticket do ingresso. E a Polícia Civil divulgou a distribuição nos ingressos apreendidos: dos 26, dois pertenciam à torcida organizada Força Flu, e oito à Polícia Militar. Querem saber sobre os outros 16?

Onze eram destinados à diretoria do Fluminense. Cinco ao departamento de futebol do clube.

(os números estão em matéria de O Globo - aqui)

Isso mesmo: mais de 60% da amostra de ingressos apreendidos com cambistas deveria ser utilizada por diretores e funcionários do próprio Fluminense.

Um agravante: sabemos bem que houve muitos outros cambistas que não foram presos pela Polícia. Supondo que a proporção se mantém, a quantidade de cortesias do clube parando nas mãos dos bandidos é muito maior que essas 16 apreendidas.

E pensar que o Fluminense tem sofrido prejuízo na bilheteria em várias partidas desta temporada...

Perguntas que não querem calar: quem são os responsáveis por esses ingressos? Qual será a punição deles? Que medidas o Fluminense tomará para que a situação não se repita?

PC
(texto publicado também no PAVILHÃO TRICOLOR)

Ricardo Marques Ribeiro apitará Figueirense x Fluminense

Ricardo Marques Ribeiro é árbitro FIFA.

Apitará Figueirense x Fluminense, neste sábado, no Orlando Scarpelli, o árbitro Ricardo Marques Ribeiro, da Federação de Minas Gerais. Ele será auxiliado por Marcelo Carvalho Van Gasse e Márcio Luiz Augusto. O quarto árbitro será Paulo Henrique Godoy Bezerra.

Até hoje, Ricardo Marques Ribeiro apitou 8 partidas do Fluminense. Foram 2 vitórias tricolores, 4 empates e 2 derrotas:

30/09/2007 - Paraná 3 x 1 Fluminense - Durival de Brito (Curitiba)
13/10/2007 - Fluminense 1 x 1 São Paulo - Maracanã (Rio de Janeiro)
19/07/2008 - Fluminense 1 x 0 Figueirense - Maracanã (Rio de Janeiro)


PC

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Resenha: Tricolor 1 x 1 Corinthians


Começo explicando o previsível fiasco de público. Primeiro, o Engenhão não é o Maracanã, não é e nunca será a casa do torcedor carioca, porque já foi concebido de maneira errada, num local relativamente distante do Centro da cidade, sem transporte público adequado. Segundo, o indecente horário das 22 horas, que atende à bizarra vontade da televisão, mas exclui muita gente que gostaria de ir ao estádio. Terceiro, não menos importante, os preços praticados na venda dos ingressos: se há três anos pagávamos de 15 a 30 reais por uma arquibancada no Maracanã, hoje somos obrigados a desembolsar 40 pratas no setor equivalente do Engenhão (o superior). Um aumento bastante acima de todos os índices de inflação, para assistir ao jogo num local pior. Haja otimismo para esperar bons públicos, contra as leis da Economia. Já escrevi na semana passada, e reafirmo: enquanto os preços continuarem altos e os horários ruins, o público não melhorará.

Vamos ao jogo. Logo no começo, Carlinhos invadiu a área pela esquerda e foi derrubado por Alessandro: pênalti claro, que o juiz Sandro Meira Ricci não assinalou. Mais um erro de arbitragem na longa lista de prejuízos causados ao Fluminense neste Campeonato Brasileiro. E ainda dizem que os erros são para todos os lados... Se formos compensados à altura do que já fomos prejudicados, a torcida pó-de-arroz já pode começar a comemorar o título.

Os gols foram só dois. Aos trinta e tantos do primeiro tempo, Wagner bobeou, Ralf tomou-lhe a bola e passou a Emerson, e este chutou para o gol. Corinthians 1 a 0. Aos trinta e tantos do segundo tempo, Thiago Neves cruzou e Fred escorou para o gol. 1 a 1. As outras chances potenciais de gol do Fluminense foram todas impedidas pelos bandeirinhas, que na dúvida marcavam sempre o impedimento (contra a recomendação da FIFA, é bom que se diga).

Ainda bem que o nosso rival Atlético Mineiro também empatou, mesmo jogando em Belo Horizonte. A brava Ponte Preta foi buscar duas vezes o empate no Independência. E assim os dois líderes permanecem juntos, numa briga que promete render muitos dramas até dezembro. E mais: Fluminense e Atlético podem ganhar a companhia do Grêmio, que venceu o Vasco e encostou. Que Campeonato eletrizante é este Brasileirão...

Na próxima rodada, o Fluminense vai a Florianópolis enfrentar o Figueirense, no sábado, o Grêmio vai a São Paulo pegar o Palmeiras, também no sábado, e o Atlético Mineiro vai a São Paulo encarar o Corinthians, no domingo. Ainda não consultei o Profeta, mas tenho o pressentimento de que, pela primeira vez nesta temporada, o Tricolor alcançará o topo da tabela de classificação. Mas antes de sonhar com isso, vamos tratar do Figueirense, que está na lanterninha, mas não tem facilitado a vida de ninguém.

PC

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Sandro Meira Ricci apitará Fluminense x Corinthians

Sandro Meira Ricci deu um pênalti inexistente em 2010, no
jogo Corinthians x Cruzeiro.

Apitará Fluminense x Corinthians, quarta-feira dia 29, no Engenhão, o árbitro Sandro Meira Ricci. Ele terá como auxiliares Altemir Hausmann e Kléber Lúcio Gil. O quarto árbitro será Wagner dos Santos Rosa. Os assistentes adicionais serão Fabrício Neves Corrêa e Anderson Daronco.

Meira Ricci já apitou 7 jogos do Fluminense: foram 4 vitórias tricolores, 1 empate e 2 derrotas. Na partida América MG 3 x 0 Fluminense, em 2011, ele inventou um pênalti contra o Tricolor, quando o jogo ainda estava indefinido.

Eis a lista dos 7 jogos do Fluminense apitados por Meira Ricci até hoje:

PC

A evolução das regras do futebol

Ilustração de 1920: juiz autoriza o início do jogo (Getty Images).

O futebol é um esporte hoje conhecido por mudar pouco suas regras. Mas será que sempre foi assim?

As Regras do Jogo tiveram sua primeira versão colocada no papel em 1863, pouco depois da fundação da Football Association (FA), a Federação Inglesa de Futebol. O encontro que definiu as regras se deu na Freemasons' Tavern, em Londres. O esporte era bastante diferente do atual, conforme os leitores poderão observar a seguir.

1866: permitidos os passes para frente
A regra original simplesmente não permitia passes para frente: todo jogador que estivesse mais próximo da meta adversária que o passador estava impedido, e não podia receber a bola. No rugby, esta regra permanece até hoje. Mas o futebol mudou em 1866: o passe para frente passou a ser permitido, desde que houvesse três defensores entre o recebedor do passe e o gol. Esta foi, sem dúvida, a mudança de regra mais impactante sobre o jogo. Uma fita vermelha esticada entre as traves passou a determinar a altura do gol.

1871: goleiros
Outra mudança fundamental na regra se deu em 1871: passou-se a permitir que um jogador utilizasse as mãos para impedir gols do adversário. Era inventada a solitária profissão de goleiro. Também foi neste ano que começou a competição oficial de futebol mais antiga ainda em disputa: a FA Cup, vencida em março de 1872 pelo Wanderers FC.

1872: escanteios
Desde 1869, já existia a noção de tiro de meta. Em 1872, os escanteios passaram a ser cobrados, quando a bola fosse colocada para fora por um defensor.

1873: mudança na regra do impedimento
A posição de impedimento passa a ser definida quando a bola é tocada, não quando ela é recebida.

1874: expulsões e mudança de lado no intervalo
A regra passa a prever as expulsões para ofensas graves, e a mudança de lado no intervalo. O uso de caneleiras também é permitido.

1875: travessão
Até aqui, a altura do gol era determinada apenas por uma fita. A partir de 1875, o travessão passa a compor o gol.

1877: duração de noventa minutos
Ficou finalmente estabelecido que uma partida de futebol duraria noventa minutos.

1890: redes nos gols
Começam a ser utilizadas as redes atrás das traves nos gols (curiosidade: até hoje, a Regra do Jogo não obriga a presença das redes).

1891: árbitros são necessários
O futebol foi criado sob a premissa de que os jogadores seriam cavalheiros e jamais cometeriam faltas deliberadamente. Eventuais controvérsias eram resolvidas pelos capitães dos dois times, ou por suas comissões técnicas. O cronometrista, que ficava fora do campo, só era consultado em último caso. Mas o aumento da competitividade fez o número de impasses aumentar bastante, e ficou clara a necessidade de um árbitro imparcial, para tomar as decisões. Os dois árbitros assistentes, populares bandeirinhas, também passam a existir. Junto com o trio de arbitragem, veio a primeira versão do pênalti: faltas cometidas próximas ao gol passaram a penalizar o infrator com o "chute da morte", um tiro cobrado de algum ponto ao longo da linha dos 11 metros.

1902: o pênalti como o conhecemos e a grande área
No ano da fundação do Fluminense aqui no Brasil, nova mudança na regra: o "chute da morte" passou a ser cobrado de uma marca específica dentro da área, a 11 metros do ponto médio entre os postes. Aliás, a própria grande área passou a existir na regra do jogo. A pequena área passou a ser retangular (antes, era demarcada por um semicírculo).

1909: goleiros devem vestir outra cor
A primeira restrição aos goal-keepers: a partir de 1909, os arqueiros passaram a ter que vestir um uniforme de cor distinta dos jogadores de linha, para que sua identificação fosse clara.

1912: goleiros não podem mais usar as mãos fora da grande área
No ano em que o Flamengo começou a praticar futebol aqui no Brasil, a regra acrescentou essa restrição aos goleiros, que antes podiam usar as mãos em qualquer parte do campo.

1920: em cobrança de lateral, não há impedimento
A mudança estreou nos Jogos Olímpicos de 1920, na Antuérpia.

1924: gols direto de escanteio são permitidos...
... e logo acontecem os primeiros. Em 21 de agosto, Billy Alston marcou o primeiro gol direto de escanteio, na Escócia. Em 2 de outubro, o argentino Cesáreo Onzari marcou também direto de escanteio numa vitória da Argentina contra o Uruguai por 2 a 1. Como a Seleção do Uruguai havia sido campeã nos Jogos Olímpicos de Paris, os argentinos batizam o feito de "gol olímpico", como provocação contra os rivais.

1925: regra do impedimento amenizada
Para o jogador estar em condição de jogo, basta que dois (e não mais três) adversários estejam posicionados entre ele e o gol. A mudança aumentou significativamente o número de gols marcados. Foi a penúltima alteração na regra do impedimento (a última ocorreria em 1990).

1929: goleiro parado no pênalti
O goleiro é obrigado a ficar parado sobre a linha na cobrança de um pênalti.

1937: adicionado o semicírculo na entrada da grande área
Sua utilidade é manter todos os atletas a 9,15m da marca do pênalti, na hora da cobrança.

1939: numeração nas camisas
Passa a ser obrigatória a numeração nas camisas dos jogadores.

1958: substituições durante a partida
Durante quase cem anos de futebol, as substituições durante o jogo não foram permitidas. Com o número de lesões aumentando, a FIFA resolveu permitir as substituições, a princípio apenas para o goleiro e um jogador de linha. Ao longo dos anos seguintes, o número de substituições permitidas aumentou (hoje, cada time pode fazer 3 alterações em um jogo).

1970: os cartões
As advertências e expulsões já existiam, mas não havia uma sinalização clara para elas. Foi então que o Comitê de Arbitragem da FIFA resolveu instituir os cartões, amarelo para advertência e vermelho para expulsão. A novidade estreou na Copa do Mundo de 1970, no México.

1970: as disputas de pênaltis
A primeira disputa de pênaltis para desempatar uma partida aconteceu na Inglaterra, na semifinal da Watney Cup de 1970, em um jogo entre Manchester United e Hull City, e foi vencida pelo Manchester United. Em uma Copa do Mundo, a primeira disputa de pênaltis se daria apenas em 1982, quando a Alemanha eliminou a França na semifinal. Em 1994 e 2006, o título máximo do futebol mundial foi decidido em disputas de pênaltis, com vitórias do Brasil sobre a Itália em 1994, e da Itália sobre a França em 2006.

1990: mesma linha é posição legal!
A última mudança na regra do impedimento: um jogador posicionado na mesma linha do seu penúltimo oponente passa a estar em condição legal.

1992: mais uma restrição aos goleiros
Para combater a cera, a regra do futebol passou a proibir que os goleiros peguem com as mãos as bolas recuadas propositalmente pelos companheiros, quando estes utilizarem os pés. A infração resulta em tiro livre indireto para o adversário.

1992: o gol de ouro (morte súbita)
Introduzido formalmente o gol de ouro, que encerra a prorrogação imediatamente. Posteriormente adotada nas Copas do Mundo de 1998 e 2002, a ideia foi abandonada de vez em 2004.

1997: a regra dos seis segundos
O goleiro só pode reter a bola em suas mãos por no máximo 6 segundos. Será concedido tiro livre indireto ao adversário em caso de infração. Gols de tiro de meta (!) passaram a ser permitidos.

1998: carrinhos por trás
Passa a constar nas Regras do Jogo que carrinhos por trás devem ser punidos com cartão vermelho direto, em qualquer situação.

2012: tecnologia
Sempre resistente à adoção de tecnologia para resolver problemas de arbitragem, a FIFA finalmente cede: na Copa do Mundo de Clubes de 2012, será adotado um sistema com um chip na bola, permitindo que o árbitro seja avisado se a bola ultrapassou ou não a linha do gol.

PC

sábado, 25 de agosto de 2012

Resenha: Vasco 1 x 2 Tricolor


Amigos, os vascaínos se apoiam na muleta da arbitragem para justificar a derrota para o Fluminense. Eles reclamam de um, dois, três ou dezessete supostos pênaltis não marcados. Acontece que nenhuma das faltas reclamadas de fato aconteceu. A bola bateu na mão de Carlinhos, sim, mas a regra do jogo fala em intenção. E dizer que Carlinhos teve a intenção de meter a mão na bola é de um cinismo monumental. Os outros lances sequer merecem comentário, de tão patéticas que são as reclamações.


Por quê os vascos não citam os dois gols anulados do Fluminense? Sim, o árbitro anulou dois gols tricolores. No gol de Fred, até se pode enxergar uma falta (no replay em câmera lenta, até um doce beijo pode parecer uma falta hedionda). Mas e o tento de Samuel, em posição legalíssima? Falando em impedimento, que tal rever o grande lance do vascaíno Tenório? O equatoriano se aproveitou de uma posição escandalosamente irregular, e a arbitragem mandou seguir. O Vasco quase marcou o gol de banheira de madame (segundo meu amigo Leandro, foi Félix que salvou, empurrando a bola para o travessão). Houve também as famosas inversões de falta, quase sempre favoráveis ao bacalhau.



Portanto, houve sim um time prejudicado pela arbitragem no clássico, e foi o Fluminense. E até o vasco mais doente há de reconhecer isso, mais cedo ou mais tarde.



Como o Fluminense conseguiu vencer a arbitragem e o Vasco? Graças ao pé esquerdo de Thiago Neves, amigos. O agora camisa 10 usou sua canhota afiada para fuzilar duas vezes a cidadela do Vasco. O primeiro gol foi de voleio, completando ótimo cruzamento de Wagner. O segundo e decisivo gol foi de falta: a bola passou por fora da barreira e entrou no cantinho. Fernando Prass nem pulou, fez estátua. Fluminense 2, Vasco 1. E como diria o centenário Nelson: o Vasco não empatou mais, nunca mais.



O Fluminense encerra o primeiro turno com impressionantes 42 pontos, mas na segunda colocação, só atrás do ainda mais incrível Atlético Mineiro. A disputa do título entre o Barcelona e o Real Madrid tupiniquins trará emoções mil nos próximos meses.



PC




sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Félix Eterno


Maracanã, 21 de abril de 1975: na meia-lua da grande área, Nilson Dias mata no peito e, de costas para o gol, chuta de bicicleta. A bola vai ao ângulo direito da baliza, é praticamente indefensável. Mas Félix voa e aninha a pelota em seus braços. As 110 mil testemunhas se espantam com o milagre. O Fluminense vence o Botafogo por 2 a 1, e classifica-se à decisão da Taça Guanabara. A defesa monumental de Félix o eleva à condição de mito.

Cinco anos antes, Félix já fizera história, na Copa do Mundo do México. Vocês certamente se lembram da cabeçada do inglês Francis Lee à queima-roupa. Félix operou o milagre da defesa, e depois, arrojado, ainda se atirou aos pés do inglês para evitar o rebote. E na semifinal contra o Uruguai? Aos 40 do segundo tempo, vencíamos por 2 a 1 quando Cortes cruzou e Cubilla cabeceou no canto esquerdo, à meia-altura. A tragédia já parecia consumada, mas Félix voou para espalmar. Foi "a defesa que valeu por um título". Dois minutos depois, o gol de Rivellino garantiria a Seleção na final.

Félix era um goleiro que preferia atuar sem luvas. E assim fez durante toda a campanha da Copa de 1970. Entretanto, para o jogo final contra a Itália, o Papel vestiu os acessórios. Seus companheiros, quando perceberam a situação no vestiário, tentaram convencê-lo a atuar sem elas. Ao que Félix respondeu: "serei campeão mundial com luvas, e ninguém vai me impedir". O que aconteceu a seguir todos sabemos: Félix fez 3 defesas de cinema, a Seleção de Ouro venceu os italianos por 4 a 1, e Carlos Alberto levantou a taça Jules Rimet.

Além da Copa do Mundo pela Seleção, Félix também conquistou muitos títulos pelo Fluminense, com destaque para o Campeonato Brasileiro de 1970 e os Cariocas de 1969, 1971, 1973, 1975 e 1976. Foram mais de 300 jogos com a camisa do Fluminense, onde Félix se consagrou como legítimo herdeiro da tradicional escola tricolor de goleiros, sucedendo Marcos Carneiro de Mendonça, Batatais, Castilho e Veludo.

Félix é eterno.

PC

Mais sobre Félix no post: Félix, o goleiro do tri.

Todo grande time começa com um grande goleiro, e o maior time que já existiu não poderia fugir à regra.

Marcelo de Lima Henrique apitará Vasco x Fluminense


Apitará Vasco x Fluminense, sábado, no Engenhão, o árbitro Marcelo de Lima Henrique. Ele será auxiliado por Rodrigo Pereira Joia e Jackson Lourenço Massarra dos Santos.

Marcelo de Lima Henrique, o Flamenguista, já apitou 16 jogos do Fluminense: 6 vitórias tricolores, 3 empates e 7 derrotas. Em algumas destas partidas, houve prejuízos claros ao Fluminense (alguns demonstrados por vídeos aqui). Confiram a lista dos jogos:
15/01/2006 - Fluminense 4 x 0 Portuguesa - Giulite Coutinho (Mesquita)
01/03/2006 - Fluminense 2 x 0 América - Maracanã (Rio de Janeiro)
23/07/2008 - Vasco 3 x 3 Fluminense - Maracanã (Rio de Janeiro)

PC

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Nelson Rodrigues 100 Anos

(charge de Mário Alberto)

A 23 de agosto de 1912, no Recife, nascia Nelson Rodrigues. Um dos maiores pensadores da história brasileira. Um frasista de mão cheia. O maior cronista esportivo de todos os tempos. É impressionante: não se lê uma crônica de Nelson sem se encontrar uma pérola. A genialidade está presente em praticamente tudo que ele escreveu. Em homenagem ao centenário, seguem alguns trechos de seus textos.

"Reacionário, no meu caso, é a reação contra tudo o que não presta. Se o homem não fosse eterno, ou não tivesse uma alma eterna, não tivesse garantido a sua eternidade, esse homem andaria de quatro. Toda manhã sairia de quatro, ferrado, aí pelas ruas e montado num Dragão de Pedro Américo. Eu diria, quando me perguntam, como você agora: mas quando, quando começou o Fla-Flu? Eu diria: – O Fla-Flu não tem começo. O Fla-Flu não tem fim. O Fla-Flu começou quarenta minutos antes do nada. E aí então as multidões despertaram. E Mario Filho, já então, antes do Paraíso, escrevia sobre o Fla-Flu e dizia que o Fla-Flu ia ser o assombro do futebol, o milagre do futebol."

"Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos."

"Aí é que está: – sem futebol esse povo fica neurótico. O carioca nem precisa ir ao campo e pode passar sem rádio. Mas precisa saber que há um jogo à mão e que o Maracanã está aberto. Amigos, outro aspecto considerável de nossa vida futebolística: o estádio vazio deprime a cidade. É preciso, para a nossa alegria, que ele esteja cheio e vibrando. Gostamos quando o Maracanã transborda e há gente pendurada até no lustre."

"Eu digo 'espírito esportivo' com uma nova atitude diante do mundo e dos valores da vida. Hoje, já sabemos que não se é nada, não se faz nada, não se atravessa uma rua – sem ele, espírito esportivo. Nas mínimas reações, sentimos que o brasileiro é mais forte e repito: – mais forte que a fatalidade. Ele não se entrega, não capitula. Uma crioulinha favelada tem o ímpeto de uma Joana D’Arc. Nas fábricas, no escritório, no balcão, e mesmo nas brigas de namorado – o brasileiro é mais seguro de si e mais dono do próprio destino. Sim, o espírito esportivo dá as relações humanas no Brasil – uma fraternidade docemente infinita."

"Eu já fiz um apelo aos tricolores, vivos ou mortos. Ninguém pode faltar ao Maracanã domingo. Incluí os fantasmas na convocação, e explico: a morte não exime ninguém de seus deveres clubísticos."

"Amigos, é justo que o craque seja tratado a pires de leite como uma gata de luxo. Não importa que ele seja indolente como a própria gata de luxo. O gênio da bola não gosta de se matar em campo. Enquanto o jogador medíocre trabalha, faz mais força que o remador de Ben-Hur, o craque passeia na grama."

"Quando o Fluminense precisa de número, acontece o suave milagre. Os vivos, doentes e mortos sobem as rampas. Os vivos saem de suas casas, os doentes de suas camas, e os mortos de suas tumbas."

"Amigos, de vez em quando aparece um vascaíno irado, a reclamar: – 'Você não escreve sobre o Vasco!' Pausa e acrescenta, numa irritação maior: – 'Você só escreve sobre o Fluminense'. E, de fato, não há segredo. Todo mundo sabe que existe entre mim e o tricolor um vínculo sagrado. Sou 'pó de arroz' desde cinco anos. De mais a mais, gostar de alguém ou de um clube é um mérito. Triste é não ter um clube. Triste é não ter um amor."

"Amigos, estarei descobrindo a pólvora se disser que o Fla-Flu é o maior jogo do Brasil (e, se me permitirem, o maior jogo do mundo). Antes, era um simples Fluminense e Flamengo. Mario Filho não tinha ainda descoberto a abreviatura que ficaria para sempre: – Fla-Flu. E o Fla-Flu caiu na boca do povo. O clássico passou a fascinar as multidões. Quando os dois medem forças é uma festa carioca. Os carros em disparada, as bandeiras ventam em procela. O impressionante no Fla-Flu é que sempre é grande jogo. Noventa minutos de tensão dionisíaca. O torcedor vai para casa emocionalmente exausto."

"O Fluminense é o único time que tem o amor dos mortos. O Gravatinha não me deixa mentir. Falecido em 1918, quando a gripe espanhola já não matava mais ninguém, é, ainda hoje, um fidelíssimo torcedor do clube."

"Toda unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar."

"A imparcialidade só merece a nossa gargalhada."

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Por quê a torcida do Fluminense não está indo aos jogos?


Apesar da excelente campanha do Fluminense neste Campeonato Brasileiro, a torcida tricolor não tem ido aos jogos do clube como mandante. Com os dados até a 17ª rodada, a média de público do Fluminense, de 9.321 pagantes, é a 19ª dentre os 20 participantes do torneio. Justo a torcida tricolor, que desde 2007 tem se mostrado tão participativa, sumiu dos estádios cariocas. O que será que está acontecendo?

Alguns conselheiros do clube, de maneira simplista, culpam os próprios torcedores pelos públicos pequenos.   Dizem que somos acomodados, e até nos acusam de não gostar verdadeiramente do clube. Obviamente, estes conselheiros estão errados. Se um consumidor não compra determinado produto, a empresa que o vende pode tudo, menos culpar o cliente. Talvez o produto não seja muito bom. Talvez seu preço esteja acima de seu valor real. Talvez sua propaganda esteja pouco convincente.

Diversos fatores influenciam o torcedor a ir ou não ao estádio ver o seu clube jogar: a importância da partida, o nível técnico do adversário, o local do jogo, o transporte até lá e de volta, o horário do cotejo, o preço dos ingressos, as condições climáticas do dia, a venda de cerveja no estádio, alguma atração específica, entre outros. Se o Fluminense quiser melhorar seus públicos presentes, é nesses fatores que deve focar. Culpar o torcedor, além de ser um completo absurdo, não vai ajudar em nada.

A interdição do Maracanã é provavelmente o fator que mais contribui para o sumiço dos tricolores. Afinal, é o estádio ao qual todos estamos acostumados a ir, desde a década de 50. É o nosso templo, o local onde vivemos as maiores alegrias e tristezas como torcedores. É o local para onde conseguimos ir por osmose: saímos de casa e chegamos ao Maracanã automaticamente, como zumbis de apocalipse de cinema. Porém, infelizmente, o Maior do Mundo só voltará a estar disponível em 2013. Até lá, o Fluminense tem que atuar em outros campos.

Na cidade do Rio de Janeiro, as opções viáveis são Engenhão e São Januário, sendo o estádio do Botafogo naturalmente a alternativa menos pior, com maior capacidade de público e mais estrutura mesmo. Há também a opção de mandar os jogos em outros centros, que poderia ser discutida (no último sábado, o Fluminense enfrentou o Sport Recife em Volta Redonda; em outros Campeonatos Brasileiros, o Tricolor já mandou partidas em Cariacica, Juiz de Fora, Brasília, Niterói e Nova Friburgo).

No Engenhão, quase tudo joga contra a presença do torcedor. O transporte público existe, mas é precário. Nos jogos do meio de semana, o trânsito fica engarrafado nas vias que levam até o estádio, e os trens da Supervia ficam muito cheios. Além disso, há a Lei que impede a venda de cerveja, os horários ruins escolhidos pela CBF...

... e, para fechar com chave de ouro, o elevadíssimo preço do ingresso. No setor Leste Superior, o preferido da maioria dos torcedores, o Fluminense tem cobrado salgados 40 reais (nos clássicos contra Flamengo e Botafogo, o preço foi ainda maior, 60). Nada justifica essa escandalosa inflação no preço dos ingressos (há menos de 3 anos, o torcedor tricolor pagou R$ 15,00 pela arquibancada do Maracanã em um jogo decisivo da reta final do Campeonato Brasileiro).

O estádio não é o preferido do torcedor, o preço é bem maior que há pouco tempo... e ainda querem que o público continue comparecendo da mesma forma?

Os que defendem os preços cobrados pelos ingressos dizem que "há valores para todos os bolsos", já que os setores Norte e Sul, atrás dos gols, custam apenas 10 reais. O cínico argumento é instantaneamente rebatido pela foto abaixo: você pagaria para ver uma partida de futebol desta perspectiva?

A "privilegiada" visão do setor atrás do gol no Engenhão. Vale?

De acordo com levantamento do blog rbrito, o Fluminense teve prejuízo em seis partidas que mandou neste Campeonato Brasileiro (cinco no Engenhão - Figueirense, Internacional, Portuguesa, Bahia e Palmeiras; e uma em São Januário - São Paulo). A situação precisa mudar para o returno. E a mudança será até facilitada, porque tudo indica que o Tricolor brigará mais uma vez pelo título.

Que tal chamar a torcida tricolor de volta ao estádio, dirigentes?

Que tal adotar uma nova política de preços, acessível de verdade à grande massa tricolor?

Que tal bolar promoções do tipo "compre dois ingressos, ganhe o terceiro"?

Que tal criar campanhas de marketing inteligentes e chamativas?

Que tal lutar na CBF por horários que facilitem a vida do torcedor que quer ir ao estádio?

Se as coisas continuarem como estão, ganha força a tese de meu amigo Marcelo Savioli, que acredita que os dirigentes tricolores estão pondo em prática um bizarro projeto de elitização da plateia... Quero acreditar que não.

Sabemos bem que a torcida tricolor tem um papel decisivo nos jogos do Fluminense. Que nos deixem cumprir nossa tarefa em 2012...

PC

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Cuca é o melhor treinador brasileiro hoje


O Atlético Mineiro garantiu, neste domingo, o título simbólico de campeão do primeiro turno do Campeonato Brasileiro, com a melhor campanha da era dos pontos corridos. E seu treinador Cuca tem muito mérito nisso.

Já há algum tempo, todo time que Cuca dirige apresenta padrão de jogo, variações táticas e jogadas bem ensaiadas. No Atlético, não é diferente.

O primeiro trabalho relevante de Cuca como treinador foi no Goiás, em 2003. O clube havia terminado o primeiro turno do Brasileiro na última posição, mas Cuca comandou uma arrancada impressionante, que fez com que o clube terminasse a Campeonato em nono lugar, classificado à Copa Sul-Americana.

Em 2004, Cuca foi contratado pelo São Paulo, e chegou à semifinal da Copa Libertadores (foi eliminado pelo surpreendente Once Caldas, da Colômbia, que seria o campeão). Cuca acabou dispensado, mas o time que montou faria um belo Campeonato Brasileiro, e no ano seguinte conquistaria a Copa Libertadores (Cuca foi o responsável, por exemplo, pelas contratações de Danilo, Grafite, Josué e Mineiro).

Ainda em 2004, Cuca foi chamado para tentar salvar o Grêmio do rebaixamento, em situação já desesperadora, tarefa que não conseguiu realizar. Após passagens curtas por Flamengo, Coritiba e São Caetano em 2005, Cuca chegou ao Botafogo em 2006.

Em General Severiano, Cuca mostrou novamente que é um grande treinador. Com elencos apenas razoáveis, montou times muito bons. Em 2007, chegou a liderar o Brasileiro por 12 rodadas e era, sem dúvida, o time de futebol mais vistoso no país. Saiu do Botafogo em 2008, e teve curtas passagens por Santos e Fluminense.

Em 2009, no Flamengo, conquistou o Campeonato Carioca, mas acabou demitido pouco depois, não resistindo à eterna crise que define o rubro-negro (o time montado por ele acabaria campeão brasileiro). Em setembro, assumiu um despedaçado e caótico Fluminense, que despencava rumo à segunda divisão. Comandou uma reação espetacular, nunca antes vista na história do Campeonato Brasileiro. O Tricolor obteve uma sequência impressionante de vitórias e escapou do rebaixamento na última rodada, ao empatar com o Coritiba. Em paralelo, foi vice-campeão da Copa Sul-Americana, perdendo a final para a altitude.

Em 2010, apesar de seus excelentes números (46 jogos, 28 vitórias, 12 empates e 6 derrotas), Cuca foi demitido pelo Fluminense, mas o time que ele montou conquistou o Campeonato Brasileiro (o próprio Muricy, treinador que o substituiu, reconhece que fez poucas mudanças). No mesmo Campeonato Brasileiro, Cuca treinou o Cruzeiro, que terminou como vice-campeão. No Campeonato Mineiro de 2011, foi campeão. Na Copa Libertadores de 2011, o Cruzeiro fez ótima campanha na primeira fase, mostrava o melhor futebol do país, mas terminou eliminado pelo Once Caldas (o mesmo time que havia eliminado o São Paulo de Cuca em 2004).

Em agosto de 2011, Cuca assumiu o Atlético Mineiro. Começou com seis derrotas seguidas, mas conseguiu ajeitar o time, que terminou em décimo-quinto lugar no Brasileirão. Em 2012, conquistou o Campeonato Mineiro de forma invicta, e agora comanda esta campanha espetacular no Campeonato Brasileiro (17 jogos, 13 vitórias, 3 empates e 1 derrota).

Nos últimos anos, Cuca teve passagens muito produtivas por Goiás, São Paulo, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Cruzeiro e Atlético Mineiro. Montou diversos times que acabaram campeões, outros tantos que jogaram muito bem. Não se negou a assumir clubes em situações bastante complicadas, e muitas vezes conseguiu solucioná-las contra todas as probabilidades.

Hoje, há poucos treinadores no cenário nacional no nível de Cuca. Ele pode não ter (ainda) a quantidade de títulos de um Muricy, de um Vanderlei, de um Felipão. Mas transforma suas equipes em máquinas de jogar bola. Taticamente, poucos times são tão bem arrumados quanto os dele. Os últimos campeões do Campeonato Brasileiro e da Copa Libertadores (Muricy e Tite) são os outros que fazem bonito nesse aspecto. Mas mesmo na comparação a esses dois ótimos treinadores, ainda sou mais Cuca.

Será que pensam assim também na CBF? Se o poder estivesse comigo, seria ele, Cuca, o treinador da Seleção nos próximos dois anos. Dos candidatos potenciais, ele é o único que já demonstrou saber administrar as situações mais adversas. Tenho certeza que, com Cuca, o escrete voltaria a brilhar.

PC

sábado, 18 de agosto de 2012

Resenha: Tricolor 1 x 0 Sport Recife


Eram decorridos trinta e sete minutos do segundo tempo em Volta Redonda. O zero a zero, teimoso que só ele, persistia no placar. O onze tricolor atacava, espetava, tentava, mas o Sport Recife era sempre salvo, ora por seu ótimo goleiro Magrão, ora pelo abominável Sobrenatural de Almeida. O campeão de 87 tinha seus méritos no empate, sem dúvidas, mas não teria sobrevivido tanto tempo sem a ajuda do Sobrenatural. Houve três ou quatro chutes irretocáveis dos atacantes do Fluminense, que só não vazaram Magrão por causa da maligna interferência de Almeida.

Mas voltemos aos trinta e sete minutos da etapa final: Carlinhos tem a bola na ponta-esquerda, exatamente como naquele épico 5 de dezembro. Ele olha para a área e vê o congestionamento de defensores, mas resolve enviar o cruzamento mesmo assim. O jovem Samuel percebe que é a grande chance, e move cada músculo de seu corpo na tentativa de alcançar aquela bola: ele estica a perna e a desvia, sutilmente. Magrão, desesperado, ainda tenta o milagre. Em vão: ruía ali, naquele instante, a cidadela pernambucana. Era o gol, o golaço da doce vitória do Fluminense.

Não são apenas Carlinhos e Samuel os responsáveis pelo triunfo. Precisamos exaltar outros craques tricolores. Começo por Diego Cavalieri, o melhor goleiro em atividade no país. Houve, no primeiro tempo, uma cobrança de falta que desviou na barreira e se encaminhou na direção do gol. Se fosse qualquer outro goleiro, a tragédia estaria consumada. Mas era Cavalieri protegendo os arcos: sua defesa de cinema, mandando a bola a escanteio, já está nas antologias dos grandes goleiros tricolores.

E o que dizer de Valencia, o Gigante do Vale do Cauca? Retornou hoje ao onze titular, e já resolveu o problema da proteção à defesa. O adversário, quando vê o colombiano pela frente, já sente as pernas tremerem. O futebol de Valencia às vezes não aparece para a torcida, mas o fato é que ele é tão imprescindível quanto os craques lá da frente. Seus companheiros Jean, no primeiro tempo, e Diguinho, no segundo, podiam subir para auxiliar a armação, ancorados na segurança fornecida por ele.

Thiago Neves, voltando a vestir a camisa 10 que o fez ídolo em 2008, não conseguiu fazer aquelas assistências espetaculares que são sua especialidade. Mas não lhe faltou vontade: marcou a saída de bola do Sport Recife durante os noventa minutos, incansavelmente. O Fluminense tem uma das defesas menos vazadas do Campeonato, com Gum e Leandro Euzébio reeditando a dupla de zaga campeã de 2010. Mas o sucesso da zaga começa na pressão exercida por Thiago Neves lá na frente.

No sábado que vem, teremos o Fluminense x Vasco, um Clássico dos Gigantes que vai parar o Rio de Janeiro e o Brasil. Todos os olhares estarão voltados para o Estádio do Engenhão, que estará lotado com quarenta mil almas nervosíssimas, fora as quarenta milhões que não poderão entrar. Nos vemos lá.

PC

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Leandro Pedro Vuaden apitará Fluminense x Sport Recife

Leandro Pedro Vuaden.

Apitará Fluminense x Sport Recife, neste sábado, em Volta Redonda, o árbitro gaúcho Leandro Pedro Vuaden. Ele será auxiliado por Tatiana Jacques de Freitas e Rafael da Silva Alves.

Vuaden já apitou 10 partidas do Fluminense (2 vitórias tricolores, 4 empates e 4 derrotas):
14/05/2006 - Figueirense 1 x 0 Fluminense - Orlando Scarpelli (Florianópolis/SC)
27/10/2007 - Fluminense 1 x 1 Atlético MG - Maracanã (Rio de Janeiro)
25/05/2008 - Sport Recife 2 x 1 Fluminense - Ilha do Retiro (Recife/PE)
16/07/2008 - Palmeiras 3 x 1 Fluminense - Parque Antártica (São Paulo/SP)

Em 2008, na partida Vitória 2 x 2 Fluminense, Vuaden ignorou dois pênaltis escandalosos para o Fluminense (uma falta em Washington e um corte com a mão). Em 2009, na famosa Batalha do Couto Pereira, Vuaden não validou um gol legítimo do Fluminense, em que a bola ultrapassou muito a linha do gol.

PC

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Resenha: Cruzeiro 1 x 1 Tricolor

O cartão deveria ser pra você!

Mal havia começado o duelo na fria noite de Belo Horizonte, o Cruzeiro já chutara uma bola na trave de Diego Cavalieri (que Deus abençoe a Santa Leiteria de Castilho). Mas a pressão do Palestra Itália não tardaria a dar resultado: após cobrança de lateral direto para a pequena área, Wellington Paulista ajeitou com a mão e chutou inaugurando o placar. O árbitro Paulo Henrique Godoy Bezerra não viu - ou fez que não viu - a acintosa infração, e validou o gol da equipe anfitriã. Cruzeiro 1, Fluminense 0.


Obrigado a correr atrás do prejuízo, fora de casa, contra um gigante do futebol brasileiro, o onze tricolor estava diante de um imenso desafio. Mas esse time já é experiente no assunto, e não tremeu. A adversidade, aliás, parece ser um eficiente combustível para o Fluminense.



Nos minutos derradeiros do primeiro tempo, Thiago Neves fechou o gibi que lia, levantou-se da cadeira em que repousava, e cobrou mais uma falta venenosíssima. Gum escorou para o meio de cabeça, e Fred empurrou para o gol vazio. Foi o gol do empate tricolor no Estádio Independência. E foi também o nono tento de Fred no Brasileirão: ele é agora o artilheiro isolado do certame nacional.



No segundo tempo, a melhor oportunidade de gol foi do Fluminense. Após lançamento preciso de Jean, Fred matou no peito e fuzilou de canhota. Fábio, o goleiro do Cruzeiro, salvou sua cidadela com uma monumental intervenção.



Nas três próximas rodadas, o Fluminense jogará no Rio de Janeiro, contra Sport Recife, Vasco e Corinthians. A perseguição ao líder Atlético Mineiro continua. E, como bem disse meu amigo Rachid outro dia, essa briga entre Flu e Galo nos lembra bem a disputa do Campeonato de 1970. Que o final seja tão tricolor quanto o daquela temporada épica.



PC




quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Paulo Henrique Godoy Bezerra apitará Cruzeiro x Fluminense


Apitará Cruzeiro x Fluminense, logo mais, no Independência, em Belo Horizonte, o árbitro Paulo Henrique Godoy Bezerra, da Federação de Santa Catarina. Ele será auxiliado por Ângelo Rudimar Bechi e Helton Nunes.

Até hoje, Paulo Henrique Godoy Bezerra apitou 8 jogos do Tricolor (3 vitórias, 3 empates e 2 derrotas):

21/10/2005 - São Caetano 2 x 2 Fluminense - Anacleto Campanella (São Caetano do Sul/SP)
02/11/2005 - Goiás 1 x 2 Fluminense - Serra Dourada (Goiânia/GO)
27/11/2005 - Fluminense 1 x 2 Juventude - São Januário (Rio de Janeiro/RJ)
13/08/2006 - Cruzeiro 2 x 3 Fluminense - Mineirão (Belo Horizonte/MG)
19/04/2007 - Fluminense 1 x 1 Bahia - Maracanã (Rio de Janeiro/RJ)


PC

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Por quê o Brasil deveria ser uma potência olímpica - e por quê não é



Terminados os Jogos Olímpicos de 2012, disputados em Londres, o Brasil obteve 17 medalhas, 3 de ouro, 5 de prata e 9 de bronze. No quadro de medalhas, ocupamos a 22ª posição. Seria este o desempenho esperado de uma nação tão grande quanto o Brasil?

Analisando os quadros das últimas edições dos Jogos, observa-se a existência de 10 potências olímpicas atuais: Estados Unidos, China, Grã-Bretanha, Rússia, Coreia do Sul, Alemanha, França, Itália, Austrália e Japão. Invariavelmente, à exceção de um penetra ou outro, são esses os 10 países que dominam o quadro de medalhas. O que estas 10 nações têm de especial?

Respondo: todas elas, sem exceção, estão entre as 15 maiores economias do planeta (os 5 países que têm grandes economias mas não são potências olímpicas são Brasil, Canadá, Índia, Espanha e México). O Brasil é a única entre as 9 maiores economias do mundo a não figurar entre as potências olímpicas. Esta comparação deixa bastante claro que, do ponto de vista econômico, o Brasil deveria ser uma potência olímpica.

O outro fator presente na maioria das potências olímpicas é uma população numerosa. Das 10 nações mais bem sucedidas nas Olimpíadas, apenas a Austrália não está entre as 30 maiores populações do planeta. A correlação é facilmente explicada: quanto mais habitantes, mais praticantes de esporte, e mais talentos olímpicos em potencial. O Brasil tem a quinta maior população do mundo, atrás apenas de China, Índia, Estados Unidos e Indonésia. Temos mais que o dobro das populações de 6 potências olímpicas (Alemanha, França, Grã-Bretanha, Itália, Coreia do Sul e Austrália). Do ponto de vista do tamanho da população, portanto, o Brasil deveria ser uma potência olímpica. Poderia ser até uma superpotência, na hipótese de levarmos em conta apenas este fator.

Se o Brasil preenche os dois principais pré-requisitos para ser uma potência olímpica, por quê, então, não é uma?

Toda medalha é fruto de vários fatores, dentre os quais destaco quatro: sorte, talento, investimento e trabalho. A sorte não pode ser controlada, é a bola que entra ou sai por um centímetro e muitas vezes determina o resultado de um jogo. Os talentos, o Brasil tem, em potencial, conforme demonstrado acima, no parágrafo sobre a população. Nosso erro, portanto, só pode estar nos outros dois fatores: investimento e trabalho.

Muitos atletas brasileiros em Londres foram criticados por "amarelar", não conseguindo medalhas. Mas a culpa é mesmo deles? Respondo: na maioria dos casos, não. Vejam o caso de Maurren Maggi, do salto em distância. Campeã quatro anos antes em Pequim, Maurren chegou a Londres já longe de sua forma física ideal, com 36 anos, idade avançada para uma atleta de altíssimo nível como ela. Ficamos sem medalha na modalidade por culpa de Maurren? Ou por culpa de quem não possibilitou que surgisse um novo talento que pudesse substituí-la?

"Ah, dessa vez investiram milhões e não houve evolução" - chiaram vários jornalistas nos últimos dias. Ao que respondo: o investimento ainda é pouco, e pior: é feito de maneira errada.

Por aqui, governantes, empresários e clubes acham que investir no esporte é escolher uma estrela e pagar-lhe um gordo patrocínio. Foi o que o Flamengo fez com César Cielo, o que o Fluminense fez com Natália Falavigna, o que o Corinthians fez com Thiago Pereira, o que Eike Batista fez no vôlei. Nada contra estes atletas heróicos, que fizeram por merecer tudo que conquistaram. Tudo contra este modelo que só investe no atleta já consagrado, praticamente ignorando os atletas da base, ainda em formação.

Nas nossas escolas - públicas e privadas - as aulas de Educação Física são quase sempre meras recreações, nas quais não se ensina nem o básico de nenhum esporte (exceto o futebol). O talento em potencial muitas vezes nem chega a ser apresentado ao esporte que poderia se tornar sua profissão. (E isto não é só no esporte: especialmente nas escolas públicas, nem mesmo as disciplinas de sala de aula - Matemática, Português, Ciências, etc - são ensinadas adequadamente. Os problemas da Educação básica brasileira são tão graves que poderiam render muitos outros textos - a Educação Física é apenas parte do problema.)

Para observar como os investimentos brasileiros no esporte são mal direcionados, vejamos os exemplos de alguns medalhistas em Londres. O caso dos irmãos Esquiva e Yamaguchi Falcão, do boxe, por exemplo: o pai deles afirmou em entrevista que "o orelhão da rua não parou de tocar durante a semana". É isso mesmo: uma família com dois medalhistas olímpicos não tem nem telefone em casa. Conclui-se o óbvio: as duas medalhas dos irmãos boxeadores não foram consequência de investimento público ou privado no esporte; foram fruto quase exclusivo do suor e do trabalho deles e de seus treinadores. Outro exemplo? Nosso campeão da ginástica Arthur Zanetti, que só chegou ao nível máximo do esporte graças à dedicação e ao incentivo financeiro do próprio pai.

Acho que já deixei meu ponto claro: o Brasil investe pouco e errado no esporte, e o trabalho para o surgimento de novos talentos é praticamente nulo.

Em 2016, provavelmente teremos nosso maior rendimento em todos os tempos, porque seremos o país-sede (sim, isto costuma fazer uma diferença enorme: todos os países-sede recentes melhoraram substancialmente seus desempenhos). Mas que fique claro: se as coisas continuarem como estão, nos Jogos de 2020 o Brasil voltará a ser o fiasco olímpico que tem sido até hoje.

PC

domingo, 12 de agosto de 2012

Resenha: Tricolor 1 x 0 Palmeiras

Foto: Dhavid Normando/Photocamera.

Alívio: era esse o sentimento no coração tricolor após o Fluminense x Palmeiras no Engenhão. Convenhamos: lá pelos 30 do segundo tempo, com o time tão desarrumado em campo, já nos conformávamos com o empate. Os paulistas já tinham acertado duas vezes a trave, enquanto o onze tricolor sofria até para trocar simples passes no ataque.


Entretanto, a sorte estava do lado pó-de-arroz (os dois chutes palmeirenses na trave são provas disso). Um lance resolveu a partida para o Fluminense: passe de Rafael Sobis na medida, chute forte de Jean com a perna esquerda. Era o doce gol tricolor, era a santa vitória no apagar das luzes.



Alguns torcedores de outros times não entendem por quê o Fluminense tem tanta sorte. Ainda escuto botafoguenses e vascaínos mais velhos esbravejando contra as bolas que passavam por Castilho e explodiam nas traves do velho Maracanã. Ainda ecoam os lamúrios rubro-negros contra os gols de Assis e o gol de Renato. E eles ficam ainda mais chateados quando explicamos a origem de tanta sorte: é a Leiteria! é a Leiteria!



E o triunfo catapultou o Fluminense à vice-liderança do Campeonato Brasileiro. Passamos o Vasco e só estamos atrás do Atlético Mineiro. (E é bom lembrar que a diferença de pontos seria nula caso a arbitragem do jogo Fluminense x Atlético Mineiro tivesse sido isenta.)



Que a sorte continue pairando sobre Laranjeiras nos próximos meses. Que Abel seja mais ousado em suas escalações e substituições. Que nossos lesionados tenham rápida recuperação. Que os árbitros não nos prejudiquem mais. Que o onze tricolor siga vencendo suas partidas. Amém.



PC

sábado, 11 de agosto de 2012

Épico, meninas do vôlei!

Contra a poderosa equipe da Rússia, de Gamova, Sokolova, Goncharova e tantas outras ovas, nas quartas-de-final, elas salvaram 6 match-points. Foram 6 jogadas decisivas, nas quais não podiam errar, sob pena de serem eliminadas do torneio. E elas não erraram, amigos. Em seis oportunidades, elas estiveram a um milímetro da derrota e da eliminação. E elas não erraram, amigos.


Cinco daquelas seis bolas foram finalizadas por Sheilla. Que atleta é esta que consegue atacar 5 vezes seguidas, proibida de errar, e acerta todas? Não é uma simples atleta, amigos. Quando falamos de Sheilla, falamos de uma semideusa do voleibol, uma versão moderna de Midas, que transforma suor em ouro.



Na semifinal, foi um passeio sobre o Japão, um time incrivelmente talentoso, que consegue superar equipes muito mais altas na base da técnica. E o Brasil de Sheilla e companhia atropelou este time como se estivesse atuando contra um conjunto juvenil.



Na final, as adversárias foram as norte-americanas. Muito se falou sobre a dignidade delas, que poderiam ter eliminado o Brasil entregando o jogo para a Turquia na primeira fase. Mas será que não foi pura estratégia delas, jogar brasileiras contra russas?



Começou o jogo decisivo, e as norte-americanas venceram o primeiro set com incrível facilidade, 25 a 11. Alguns chegaram a duvidar da reação brasileira. (O ser humano possui uma incrível capacidade de duvidar do óbvio.)



A reação brasileira veio, claro. E veio avassaladora. Dali em diante, para todo o sempre, as norte-americanas não viram mais a cor da bola.



Sheilla, Fabi, Jaque, Fernanda Garay, Fabiana, Natália, Dani Lins, Paula Pequeno, Thaísa, Adenízia, Tandara e Fernandinha. Saudemos as grandes bicampeãs olímpicas e seu comandante José Roberto Guimarães.



Em 2016, no Rio de Janeiro, virá o tri. Alguém duvida?



PC







Márcio Chagas da Silva apitará Fluminense x Palmeiras

Márcio Chagas da Silva é gaúcho.

Apitará Fluminense x Palmeiras, neste domingo, no Engenhão, o árbitro Márcio Chagas da Silva, do Rio Grande do Sul. Ele será auxiliado por Altemir Hausmann (RS) e Fábio Pereira (TO).

Até hoje, Márcio Chagas da Silva apitou apenas duas partidas do Fluminense, ambas válidas pelo Campeonato Brasileiro:

PC

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

História - Grêmio x São Paulo

Disputa no Campeonato Brasileiro de 1975 (foto: Placar)

Grêmio e São Paulo possuem grande rivalidade, acirrada por diversos confrontos ao longo dos anos. O mais importante encontro se deu na decisão do Campeonato Brasileiro de 1981, com o Grêmio sagrando-se campeão após duas vitórias. No ano seguinte, ocorreram dois empates pela Copa Libertadores.

Na Copa do Brasil de 1990, o São Paulo eliminou o Grêmio após dois empates. Na semifinal do Brasileirão de 1990, novamente o São Paulo tirou o Grêmio. Na Copa Conmebol de 1994, o São Paulo eliminou o Grêmio nos pênaltis. Após esses três reveses, a vingança gaúcha viria na Copa do Brasil de 1995. Em 1998, entretanto, o São Paulo voltou a tirar o Grêmio da Copa do Brasil. No Brasileirão de 1999, o São Paulo goleou em pleno Olímpico Monumental: 4 a 0. Na Copa do Brasil de 2001, o Grêmio eliminou o São Paulo com duas vitórias. Na Copa Sul-Americana de 2003, o São Paulo repetiu os 4 a 0 em Porto Alegre.

Nas oitavas-de-final da Copa Libertadores de 2007, São Paulo e Grêmio fizeram um confronto eletrizante. Após perder por 1 a 0 no Morumbi, o Grêmio conseguiu vencer no Olímpico por 2 a 0, obtendo assim a classificação.

Ao todo, os dois clubes já se enfrentaram 89 vezes, com 37 vitórias do São Paulo, 24 empates e 28 triunfos do Grêmio, 119 gols do São Paulo e 97 gols do Grêmio. Já houve partidas entre Grêmio e São Paulo em 8 estados brasileiros (São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Distrito Federal, Amazonas, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte).

Confiram a lista com todas as partidas já realizadas entre Grêmio e São Paulo:
27/04/1950 - São Paulo 4 x 3 Grêmio - Palestra Itália (São Paulo)
28/12/1955 - Grêmio 2 x 1 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
17/02/1959 - Grêmio 1 x 0 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
03/06/1960 - São Paulo 1 x 0 Grêmio - Pacaembu (São Paulo)
01/05/1964 - Grêmio 2 x 3 São Paulo - Aderbal Ramos da Silva (Blumenau)
12/06/1966 - Grêmio 2 x 1 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
16/04/1967 - Grêmio 1 x 1 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
22/09/1968 - Grêmio 1 x 1 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
02/11/1969 - São Paulo 2 x 2 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
17/10/1970 - São Paulo 0 x 0 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
07/08/1971 - São Paulo 0 x 3 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
10/09/1972 - Grêmio 2 x 0 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
28/11/1973 - São Paulo 0 x 0 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
20/01/1974 - São Paulo 1 x 0 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
21/09/1975 - Grêmio 1 x 1 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
29/11/1975 - São Paulo 1 x 2 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
19/02/1978 - São Paulo 3 x 1 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
02/07/1978 - São Paulo 0 x 1 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
24/02/1980 - Grêmio 0 x 0 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
08/03/1981 - São Paulo 3 x 0 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
21/03/1981 - Grêmio 1 x 0 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
30/04/1981 - Grêmio 2 x 1 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
03/05/1981 - São Paulo 0 x 1 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
13/08/1982 - São Paulo 2 x 2 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
03/09/1982 - Grêmio 0 x 0 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
17/04/1983 - Grêmio 5 x 1 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
23/04/1983 - São Paulo 2 x 2 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
03/03/1985 - Grêmio 2 x 2 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
11/04/1985 - São Paulo 2 x 2 Grêmio - Pacaembu (São Paulo)
18/10/1987 - Grêmio 1 x 0 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
07/09/1988 - Grêmio 3 x 0 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
03/12/1989 - Grêmio 1 x 3 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
02/08/1990 - Grêmio 1 x 1 São Paulo - Beira-Rio (Porto Alegre)
05/08/1990 - São Paulo 0 x 0 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
15/11/1990 - São Paulo 1 x 0 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
05/12/1990 - São Paulo 2 x 0 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
08/12/1990 - Grêmio 1 x 0 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
22/03/1991 - São Paulo 2 x 0 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
20/10/1993 - São Paulo 2 x 2 Grêmio - Pacaembu (São Paulo)
27/10/1993 - Grêmio 0 x 1 São Paulo - Beira-Rio (Porto Alegre)
02/11/1994 - Grêmio 0 x 0 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
10/11/1994 - São Paulo 0 x 0 Grêmio [PK 6x5] - Pacaembu (São Paulo)
16/11/1994 - São Paulo 3 x 1 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
05/05/1995 - São Paulo 1 x 1 Grêmio - Pacaembu (São Paulo)
12/05/1995 - Grêmio 2 x 0 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
11/07/1995 - São Paulo 1 x 0 Grêmio - Parque do Sabiá (Uberlândia)
11/11/1995 - Grêmio 2 x 1 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
03/07/1996 - São Paulo 3 x 0 Grêmio - Mané Garrincha (Brasília)
14/08/1996 - São Paulo 2 x 1 Grêmio - Vivaldão (Manaus)
09/11/1996 - São Paulo 2 x 1 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
14/06/1997 - São Paulo 2 x 1 Grêmio - Morenão (Campo Grande)
05/07/1997 - Grêmio 0 x 0 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
19/03/1998 - São Paulo 2 x 0 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
21/04/1998 - Grêmio 0 x 2 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
21/10/1998 - São Paulo 1 x 2 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
04/09/1999 - Grêmio 0 x 4 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
04/10/2000 - São Paulo 1 x 1 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
16/05/2001 - Grêmio 2 x 1 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
23/05/2001 - São Paulo 3 x 4 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
10/10/2001 - São Paulo 1 x 1 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
13/07/2002 - São Paulo 2 x 0 Grêmio - Machadão (Natal)
01/09/2002 - São Paulo 2 x 0 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
25/05/2003 - Grêmio 1 x 2 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
30/07/2003 - Grêmio 0 x 4 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
27/09/2003 - São Paulo 3 x 1 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
12/06/2004 - São Paulo 3 x 2 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
25/09/2004 - Grêmio 2 x 1 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
12/07/2006 - São Paulo 2 x 1 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
22/10/2006 - Grêmio 1 x 1 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
02/05/2007 - São Paulo 1 x 0 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
09/05/2007 - Grêmio 2 x 0 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
05/08/2007 - Grêmio 0 x 2 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
11/11/2007 - São Paulo 1 x 0 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
10/05/2008 - São Paulo 0 x 1 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
17/08/2008 - Grêmio 1 x 0 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
30/07/2009 - São Paulo 2 x 1 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
04/11/2009 - Grêmio 1 x 1 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
06/06/2010 - São Paulo 3 x 1 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
29/09/2010 - Grêmio 4 x 2 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
11/06/2011 - São Paulo 3 x 1 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
11/09/2011 - Grêmio 1 x 0 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
12/08/2012 - São Paulo 1 x 2 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
11/11/2012 - Grêmio 2 x 1 São Paulo - Olímpico (Porto Alegre)
12/06/2013 - Grêmio 1 x 1 São Paulo - Arena do Grêmio (Porto Alegre)
29/09/2013 - São Paulo 0 x 1 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
24/05/2014 - São Paulo 1 x 0 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
04/10/2014 - Grêmio 0 x 1 São Paulo - Arena do Grêmio (Porto Alegre)
06/06/2015 - São Paulo 2 x 0 Grêmio - Morumbi (São Paulo)
13/09/2015 - Grêmio 1 x 2 São Paulo - Arena do Grêmio (Porto Alegre)
24/07/2016 - Grêmio x São Paulo - Arena do Grêmio (Porto Alegre)

PCFilho
(colaborações de André do Nascimento Pereira, Alexandre da Costa, Alexandre Magno Berwanger e ClicGrêmio)