quarta-feira, 2 de maio de 2012

Dos gandulas espertos


Em três jogos da semana passada, aconteceram situações importantes envolvendo personagens que geralmente estão relegados a um papel secundário nos gramados: os gandulas.

O primeiro caso foi no duelo brasileiro da Copa Libertadores, no Beira-Rio, entre Internacional e Fluminense. Quando foi marcado um escanteio para a equipe de Porto Alegre, um gandula maroto já deixou a bola ajeitada no quarto de círculo, para Dátolo cobrar rapidamente. O objetivo da jogada, obviamente, foi pegar a defesa tricolor desprevenida. E a "tática" funcionou: Tinga quase marcou o gol, em chute perigoso, salvo pelo goleiro Diego Cavalieri. (Nota: não é a primeira vez que o Fluminense sofre com isso: na final da Copa Sul-Americana de 2009, os gandulas da LDU em Quito apressaram várias vezes a reposição da bola, o que acabou sendo decisivo no primeiro gol dos equatorianos - apesar de o árbitro  uruguaio Roberto Silvera ter validado o gol, o lance foi claramente irregular, pois havia duas bolas em campo simultaneamente.)

Voltando ao Beira-Rio: no jogo seguinte, um Grenal decisivo pelo Campeonato Gaúcho, o Internacional tentou repetir a "jogada ensaiada" com o gandula. Mas a cobrança foi invalidada pelo árbitro, e houve um sururu daqueles, com Vanderlei Luxemburgo partindo pra cima do gandula espertinho e os jogadores colorados tentando defendê-lo. A declaração de Tinga é surreal: "não podíamos deixar o rapaz ali indefeso, ele treina com a gente essa cobrança rápida". Opa, o gandula treina com o time? É isso mesmo? O gandula é o décimo-segundo titular colorado?

Enquanto isso, no Engenhão, a gandula Fernanda Maia (foto acima) participava decisivamente do clássico entre Botafogo e Vasco, final da Taça Rio. Apressando a reposição da bola para Maicosuel, a bela menina praticamente desmanchou o sistema defensivo vascaíno: Loco Abreu, sozinho, fez 1 a 0 para o Botafogo. Com o jogo apenas começando, o Vasco já teve que correr atrás do prejuízo, cedendo ao Botafogo perigosos contra-ataques.

Os beneficiados apressam-se em defender a tática: "ora, repor a bola rápido é louvável, é bom para o futebol, errado é retardar o jogo". Claro, mas não sejam hipócritas: obviamente o tratamento não é o mesmo para os dois times. A própria Fernanda se defendeu: "faço isso para todo mundo, aproveita quem quer". Tá bom, os fatos de ter sido o Botafogo o beneficiado e de ela ser exatamente botafoguense são apenas uma grande coincidência. A declaração antiga do treinador do Botafogo, sobre gandulas fazerem parte do time, também é apenas uma coincidência. O que é o futebol, senão uma grande caixinha de coincidências? Os gandulas do Internacional, aqueles que treinam com o time, também devem fazer isso para os dois lados...

Amigos, Internacional e Botafogo são instituições centenárias, dois dos clubes mais importantes e vitoriosos da história do esporte no Brasil. Não precisam apelar para essa tática suja, de tentar fazer "gols de LDU". Não condiz com a grandeza dos dois clubes, e não condiz com o futebol brasileiro. Pelo menos não com o que eu penso que deve ser o futebol brasileiro.

Devo lembrar que o primeiro gandula, o meia argentino que jogava no Vasco em 1939, era conhecido exatamente pelo fair-play, indo buscar a bola tanto para os companheiros quanto para os adversários...

PC

8 comentários:

  1. Esse lance da botofoguense é engraçado pq se a bola não saísse em lateral, não seria gol. Tem muitos que defendem ela, mas a bola ser reposta em ato contínuo não faz parte da dinâmica do futebol, o normal em todo mundo é sempre ocorrer uns segundos até a bola voltar a campo e por isso o lance desmontou a defesa vascaína.

    Quanto ao Inter, se lembra que o treinador da LDU em 2009 treinou o Colorado em 2010?! (acho que foi este o ano) Então não deve ser surpresa o Inter usar estas maracutaias já a algum tempo.

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  2. PS: Te sento a vara, gandula malandra.

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  3. Vejam, mais um treineiro pinguço, o Joel Só-Cana e o Abel Bagaço fazendo escola…
    Técnico do BOTINHA de FOGUINHO
    http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=RvTBgK0sAyA

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  4. Montanha, muito bem observada a ligação do Jorge Fossati com LDU e Internacional. Probabilidade bem alta de ser coisa implantada pelo treinador uruguaio.

    E o Oswaldo? Será que aprendeu a ser malandro no Japão? :)

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  5. Irretocável!

    Patético a Rede Globo tentando defender a botafoguense fazendo uma distinção inexistente com o caso do Inter.

    "PS: Te sento a vara, gandula malandra."

    Mata-me de rir!

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  6. Essa história de gandula,sinceramente torrou a paciência.Estão por aí insinuando como se todos ganhassem jogo devido aos gandulas,algo que não é bem assim.O Vasco não reclamou de nada no caso do Botafogo e no caso do Inter x Flu...não se reclamou tanto e nem se repercutiu o assunto.
    E ainda mais,a gandula é feia e se acha,conheço botafoguenses que seguem meu twitter e que são bem mais bonitas que ela,o namorado tá fazendo uma feia feliz.
    Essa de Gandula,já torrou o saco,ao invés de se falar de bola,do quando o Flu segurou bem o empate no Beira Rio e até do Botafogo e seu título merecidamente em cima do Vasco,se fala de coisas banais até chamando aqueles chatos comentaristas de arbitragem(que quando eram árbitros faziam coisas que não condiz com o "explicação da regra").Podiam estar repercutindo isso,ao invés de falar da gandula e do escambau a quatro.
    Abraço PC
    E se a jogada não desse em nada,duvido que teriam falado alguma coisa.
    Meu blog: http://igoresportes.blogspot.com.br/ e no twitter @blogdoigor05

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