quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Do caos para a liderança


Foi a nossa jornada maravilhosa, amigos: do caos para a liderança.

Lá, no ano passado, em 2009, os supostos especialistas decretaram: "o Fluminense está rebaixado". Para eles, nem um milagre conseguiria salvar o Tricolor. Faltando ainda dez jogos, deram o Fluminense como morto e enterrado.

Uma vitória fora de casa: 2 a 1 no Santo André. A reação já começava, mas os especialistas continuavam indiferentes. A seguir, 2 a 2 com o Internacional no Maracanã, e 2 a 2 com o Goiás no Serra Dourada: quatro pontos perdidos, ou dois pontos ganhos? Só saberíamos no final.

Mais uma partida em casa: Fluminense x Atlético Mineiro, numa chuvosa noite de quinta-feira. Ninguém iria ao Maracanã para ver o time rebaixado, previam os tolos. Mas aparecemos, nós, os doze mil guerreiros de sempre, dispostos a vencer ou perecer. E vencemos. Dois a um, gols de Fred e Conca. E descemos as sagradas rampas comemorando o encharcado triunfo.

Impossível escapar, eles continuavam dizendo. E nós ignorávamos. Cruzeiro x Fluminense, 50 mil pessoas no Mineirão. O primeiro tempo termina 2 a 0 para eles, com direito a pênalti perdido. Previram um massacre no segundo tempo, mas o impossível aconteceu. Com um gol de Gum e dois de Fred, o lanterna Fluminense virou. E a vitória épica nos mantinha vivos.

No domingo seguinte, 65 mil tricolores encheram o Maracanã: Fluminense 1, Palmeiras 0. Uma semana depois, mais de 50 mil, e novo triunfo: Fluminense 2, Atlético Paranaense 1.

Era necessário vencer todos os jogos, e o Tricolor vencia todos os jogos.

Na Ilha do Retiro, 3 a 0 sobre o Sport Recife. De volta ao Maracanã, 52 mil torcedores, e 4 a 0 sobre o Vitória. Estava consumada a reação: o Fluminense saíra da zona de rebaixamento, após 7 vitórias e 2 empates em 9 jogos.

Só faltava a Batalha do Couto Pereira, contra o Coritiba. E o empate nos bastaria. Marquinho fez 1 a 0, uma patada de fora da área, mas os anfitriões empataram. E foi sofrimento até o último instante. Estava concretizado o milagre da permanência.

Em 2010, as 38 rodadas passaram para decretar um campeão: exatamente o Fluminense. O desacreditado Fluminense. O miraculoso Fluminense. O incrível Fluminense. O épico Fluminense. O Fluminense que saiu do caos para a liderança. Do caos para a liderança!

7 comentários:

  1. Pc, Grande PC... Nelson Rodrigues está lendo sua crônicas no outro mundo e delirando de felicidade com suas homenagens... Parabéns amigo, está perfeito...

    Do Caos para a Liderança... E dali pra Frente o Fluminense era o líder por mais uma semana...

    STS

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  2. Valleu PC.

    Vc e eu sei que ano passado e isso ano nao foi uma milagre.

    Como Mr. Muricy falei various vezes...."Isso aqui e trabalho meu filho!"

    Espera que ele e resto do time lembrar isso depois do ferias. Eu nao tenho duvida que eles vai lembrar.

    ST

    Eric Q

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  3. Só os idiotas da objetividade não viram o título do Fluminense desenhado na brilhante reação do ano passado.

    Repare na atuação recente dos homens de imprensa em relação ao nosso tricampeoanto. Ou fingem que nada aconteceu ou tentam buscar desdém onde há glória, força e uma inesquecível magia. O silêncio inibe as vociferações. o que dizer de um time com a campanha que cumprimos?

    Não há o que chorar.

    Entre desespero e rancor de centenários mais-queridos e fracassados, brilha a luz das três cores que traduzem a vitória.

    Mais uma vez o timinho mostrou que é um gigante.

    A águia do Atlântico Sul voa rasante, enquanto cavalos paraguaios adormecem em suas centenárias cocheiras.

    Braxxx.

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  4. PC, meu velho, PC! Não sei se converso com o Paulo César ou com meu Personal Computer. Só sei que por estas telas do "jornalheiros" me sinto feliz com cada crônica, resenha, ou até mesmo bronca. Não sei qual PC acompanhei durante várias jornadas tricolores.

    Sou de Vitória/ES, PC! Acre do sudeste, como chamam alguns desinformados. Porém um pequeno Estado vizinho com mais "Fluminenses" que Vascaínos.

    Como Tricolor roxo, como sou conhecido, não poderia deixar de desabar para a Cidade Maravilhosa, como fiz algumas vezes, para ver a Mística em ação! Mas isso também não importa!

    Mas como no inicio, que eu me referia ao PC (hardware ou não), pude sentir o título que eu mais queria ver do meu Flu "in locuo" e apenas pensava em Nelson Rodigues no estádio (às vezes eu interrompia minha catarse para xingar o Julio César). Sentia uma dor de cabeça, um pré-AVC e minhas pernas tremiam tais quais as do Guerreiro Gum. Que jogo!!

    Ao ler seu post de hoje (ou ontem, sei lá) "Do caos a liderança", chorei! Assim como no campo do Botafogo, agora batizado com um troféu. E chorei porque soubeste explorar o que Nelson Rodrigues sabia. Mesmo com as palavras dele você soube extrair, arrancar, secar até a última gota do sentimento aflorado e da grandiosidade de uma entidade, muito maior que um clube, muito maior que um time, muito maior que o futebol, que se chama Fluminense Football Club. Afinal, não somos grandes, somos enormes, como dizia o nosso profeta.

    Portanto, PC (máquina), obrigado por me proporcionar ler algo que encha a minha alma como essa escrita pelo PC (Tricolor).

    Pra fechar, uma frase de um amigo diante do excesso de organização de Curitiba, onde morei por 3 anos, e que combina com o nosso amado Flu: "Dê-me o caos, pois ele eu controlo!"

    Valeu, PC.
    TRICAMPEÃO, PORRA!!!

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  5. ótimas considerações,

    da tempestade a bonanza, do caos a liderança, trazduz exatamente o Fluminense Football Club,

    Afinal, batizamos o estádio do Botafogo, e finalmente o Emerson ( goleiro) marcou o campeonato brasileiro de 2010, como o próprio havia dito que o faria, só não contava ele, coma profecia tricolor, e que seria da forma como foi marcado, ou seja, de Emerson para Emerson, por entre as pernas.

    Saudações Tricolores Tricampeões

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  6. Outro texto, sobre o título, de José Luiz Rinaldi:

    Esse título foi conquistado em 2009. Naquele ano, foi feito o impossível pelo Tricolor. Foram rodadas e rodadas de decretado rebaixamento e o time seguiu desafiando os prognósticos para se entregar ao destino.

    Humildade, dedicação e competência. Não foi feita qualquer mágica, apenas, exageradamente, todos se ungiram da receita. O título tem três técnicos: Renato Gaúcho, Cuca e Muricy Ramalho. Não há o campeão de 2010 sem os outros. E, como o futebol há muito reflete e expande o que somos, abençoada é esta trajetória que sugere um momento melhor para todos.

    Com Renato, não assistimos à perda da Libertadores. O que vimos foi uma torcida até então desconhecida para o país mostrar sua estirpe. Uma torcida capaz de recepcionar seu time após uma derrota por cinco gols. E que noite a final no Maracanã! Que noite!

    Com Renato, o Flu tomou sede de vitória, mas havia empáfia. 2009 foi doloroso, assemelhava-se a castigo. O time combalido? O clube desorganizado? Claro que sim, mas, um átimo antes do instante derradeiro, a união de forças sufocadas encontrou na mesma torcida reverberação impensável. Lutem até o fim! E lutaram. E como lutaram humildemente, sem garantia e sem glória, lutaram a verdadeira luta, a anônima, a que não se volta contra nada, nem exige recompensa, a luta simples que celebra a vida.

    Pois foi o que ganhou o Tricolor: vida; a descoberta de que nada pagará o empenho que traz satisfação. Respondam-me: que torcida no mundo é capaz de aplaudir e apoiar o centroavante que não faz gol? O tricolor lê a alma do seu jogador e não o abandona se por ele não for abandonado.

    Com Cuca, o Flu se entregou à humildade do trabalho e à obediência cega às exigências da vida. Com Muricy, selou-se o pacto com o destino e pode-se ver o resultado da educação marcada a ferro e brasa.

    Dia após dia, em silêncio, sem desculpas ou descanso. O craque do campeonato é franzino e tímido. Um homem que jogou todas as partidas do torneio. Jogador capaz de, no momento da comemoração, atribuir seu gol ao companheiro em jejum. Reconhecimento. Vê a altura em que se dá a relação entre time e torcida? Que torcida aplaude o técnico adversário e comemora o seu aniversário por pura gratidão? Que tricolor é esse que honra um compromisso verbal e sente-se obrigado a abrir mão da maior realização de um treinador? Esse foi um dos momentos mais significativos que o esporte nos concedeu nos últimos tempos.

    Olho o Rio de Janeiro e deparo-me com o, até bem pouco tempo, impensável. A polícia se mostra competente e, sendo o que lhe cabe, discreta, obediente, célere e competente, imediatamente é abraçada por todos os moradores. Bastou que homens públicos se dispusessem à realização do bem comum e o "impossível" aconteceu. De fato não há mágica, apenas a simples receita e a alegria em assumir sobre si o compromisso máximo. Salve o campeão! Salve o destino carioca!

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