quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Recordar é viver - A Lua veio espiar

Rio de Janeiro, 24 de novembro de 2007.

Amigos, nos despedimos hoje do Estádio Mário Filho em 2007. E foi um grande ano, amigos, um grande ano! Após 23 anos, o Fluminense voltou a sentir o gostinho de uma conquista nacional, a Copa do Brasil. Nas arquibancadas, tivemos outra vitória extraordinária: vimos a torcida tricolor ser refundada. O apoio incondicional durante os noventa minutos é a nova base da filosofia de torcer pelo Fluminense Football Club.

A despedida do Maracanã foi com vitória: 3 a 2 sobre o Juventude. Ainda há o jogo contra o Santos na Vila Belmiro, mas antes mesmo desse jogo já podemos nos orgulhar de uma temporada próxima das tradições tricolores.

Na saída do Mário Filho, comemorávamos a vitória, cantando "Eterno Campeão":

Vamos, vamos, tricolor!
Vamos, vamos pra vencer!
Nós viemos pra cantar,
Viemos pra ficar
Contigo até morrer!

Nense!

Vamos, vamos, Fluminense!
Vamos, vamos pra ganhar!
Força, glória e tradição!
Eterno Campeão!
Pra sempre vou te amar!

Nense!

O Edu Rocha, cinegrafista oficial da torcida tricolor, estava lá gravando. Vejam o relato dele: "Acreditem, incrédulos e infiéis! A Lua não estava ali ao fim do jogo. Estava por trás do Cristo Redentor, ou seja, no lado oposto à rampa da UERJ. Mas ela não resistiu e percorreu meio céu pra espiar a torcida do Fluzão se despedindo do Maraca. Eu não a havia notado até aquele momento. De repente uma mão toca meu ombro, e uma voz sussurra no meu ouvido: 'Filma a Lua! Filma a Lua!'. Olhei para trás agradecido, mas não havia ninguém. Foi então que entendi tudo: aquilo era obra do próprio Gravatinha. Mágica despedida de um grande ano para o Tricolor: prenúncio de glórias imortais."

O vídeo é a prova irrefutável:

PC
(créditos do vídeo e de parte do texto a Edu Rocha, o cinegrafista oficial da torcida tricolor)

Golaço do dia #104 - Joe Cole


Atleta: Joseph John Cole (Joe Cole).
Nascimento: 08/11/1981, em Londres (Inglaterra).
Jogo: Inglaterra 2 x 2 Suécia (Copa do Mundo de 2006).
Data: 20/06/2006.
Local: RheinEnergieStadion, em Colônia (Alemanha).

PC

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Uma galeria de craques imortais

Amigos, o intuito desse post é organizar melhor as minhas postagens sobre craques do esporte brasileiro e mundial. Sempre que eu escrever uma nova mini-biografia, atualizarei essa lista. Aproveito para pedir que usem os comentários desse post para sugerir novas crônicas.

A
B

C

D

F

G
J

K

L

M
Muricy Ramalho (da sua demissão do São Paulo)
Muricy Ramalho (Digam ao povo que fico)
Muricy Ramalho (Por que Muricy recusou a Seleção?)
Muricy Ramalho (Muricy é um gigante)
Muricy Ramalho (Lição de vida)
Muricy Ramalho (Em defesa de um ídolo)

N

O

P

R

S

T
W

Z

Recordar é viver - O primeiro Brasil x França

Rio de Janeiro, primeiro de agosto de 1930.

Amigos, pela primeira vez um escrete europeu jogou em solo brasileiro. Voltando da Copa do Mundo, disputada no Uruguai, a França fez escala no Rio de Janeiro. Aproveitando-se da presença dos azuis na doce terra carioca, o Fluminense Football Club fez o convite para um amistoso, a ser disputado no lendário Estádio das Laranjeiras. E os franceses aceitaram.

Os próprios dirigentes tricolores trataram de convocar a Seleção Brasileira, e incluíram os jogadores paulistas. É importante ressaltar que a APEA (Associação Paulista de Esportes Athléticos) não cedeu seus jogadores para o Campeonato Mundial, atitude que causou fúria na CBD (Confederação Brasileira de Desportos). O único jogador paulista a integrar o escrete foi Araken, do Santos, que se inscreveu pelo Flamengo. Mas a CBD ainda não havia punido os paulistas, e também não fez nada para impedir a realização da partida amistosa.

Os paulistas viram no match contra a França a grande oportunidade de demonstrar a falta que fizeram no Uruguai. O público carioca não perdeu a chance de ver o primeiro confronto entre brasileiros e franceses: cerca de 15 mil pessoas se apinharam no Estádio do Fluminense.

O principal desfalque da Seleção Brasileira era seu capitão Preguinho, jogador do Fluminense, que estava enfermo. Defendendo os arcos do escrete, estava Velloso, do Fluminense. Os dois beques eram paulistas: Grané e Del Debbio, ambos do Corinthians. Os três halves eram Pepe (do Palestra Itália), Fausto (do Vasco da Gama), e Serafini (também do Palestra Itália). A linha de ataque contava com Ministrinho (do Palestra Itália), Heitor Domingues (do Palestra Itália), Friedenreich (do São Paulo da Floresta), Nilo (do Botafogo) e Teóphilo (do São Cristóvão).

Os franceses começaram melhor, e logo abriram 2 a 0. No primeiro gol, Delfour acertou belo chute de fora da área, sem muitas chances para o goleiro Velloso. No segundo, Delfour chocou-se com Del Debbio e caiu, mas mesmo do chão conseguiu assinalar o tento.

Orgulho ferido pela derrota imposta em sua própria casa, a Seleção Brasileira lançou-se toda para o ataque. Nilo driblou quatro adversários e passou a Heitor Domingues, que fintou mais dois e marcou o gol de honra brasileiro. Ainda no primeiro tempo, o selecionado do Brasil alcançou o empate com Friedenreich, que aproveitou lançamento de Teóphilo.

Veio o segundo tempo, e com ele o gol da virada brasileira. Com assistência de Friedenreich, Heitor Domingues assinalou o tento que fez a alegria do povo presente em Laranjeiras.

Nascia ali, no Estádio das Laranjeiras, numa virada sensacional, uma das maiores rivalidades do futebol mundial. Até hoje, Brasil e França se cruzaram quatro vezes em Copas do Mundo. Em 1958, na Suécia, a Seleção deu um show na semifinal, e venceu degaulleada (by Nelson Rodrigues). Em 1986, empate no futebol e triunfo francês nos pênaltis. Em 1998, vitória francesa na finalíssima. E em 2006 mais uma vitória dos azuis. A França é o único selecionado da Terra que pode chamar o escrete verde-amarelo de freguês de carteirinha. Apesar disso, os gauleses só possuem uma Copa do Mundo, enquanto os brasileiros já ergueram cinco vezes a taça.

Brasil x França é como o Fla-Flu: uma rivalidade que nasceu em berço esplêndido. E, como tudo o que nasce em Laranjeiras, a rivalidade franco-brasileira tem vocação para a eternidade.

PC

Ficha técnica: Brasil 3 x 2 França.
Amistoso Internacional.
Data: 01/08/1930.
Local: Estádio das Laranjeiras, Rio de Janeiro.
Brasil: Velloso, Grané e Del Debbio; Pepe, Fausto e Serafini; Ministrinho, Heitor Domingues, Friedenreich, Nilo e Teóphilo. Técnico: Píndaro de Carvalho.
França: Alex Thépot; Étienne Mattler e Marcel Capelle; Augustin Chantrel, Célestin Delmer e Alexandre Villaplane; Ernest Libérati, Edmond Delfour, Marcel Pinel, Lucien Laurent (André Maschinot) e Marcel Langiller. Técnico: Ground Commiteé (Gaston Barreau, Jean Rigal e Maurice Caudron).
Árbitro: Arthur Antunes Moraes e Castro, o "Laís" (Brasil).
Gols: Edmond Delfour (2), Heitor Domingues e Friedenreich no primeiro tempo. Heitor Domingues novamente na segunda etapa.

Curiosidade:
- o atacante francês Lucien Laurent marcara, no dia 13 de julho, o primeiro gol da história das Copas do Mundo, na vitória da França sobre o México por 4 a 1, no Estádio Pocitos, em Montevideo.
- Laís, o árbitro da partida, era jogador de futebol quando mais jovem, quatro vezes Campeão Carioca pelo Fluminense (1917, 1918, 1919 e 1924).

Fotos de brasileiros que jogaram a partida:

O center-half Fausto, "a Maravilha Negra", em ação pelo Vasco da Gama.

O atacante Ministrinho, do Palestra Itália.

Fontes de pesquisa:
[1] 85 anos de Seleção Brasileira (excelente pesquisa de Felipe Campbell).
[2] Acervo do Flumemória.
[4] Livro "Enciclopédia da Seleção - As Seleções Brasileiras de Futebol 1914-2002", de Ivan Soter.

Golaço do dia #103 - Rinaldo


Atleta: Rinaldo Santana dos Santos.
Nascimento: 24/08/1975.
Jogo: Fortaleza 1 x 0 Icasa (Decisão do Campeonato Cearense de 2007).
Local: Castelão.
Data: 06/05/2007.

Gol do título, com narração de Júlio Sales.

PC

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Rapidinhas da segunda-feira

Espaço pro PC comentar descontraidamente a rodada do fim de semana. E pros leitores também darem seus pitacos, claro!

Coração Valente...
Sempre digo: Washington é o maior artilheiro em atividade no futebol mundial. Não tem habilidade alguma com a pelota, mas é o maior estufa-redes da Terra. Ontem, impedido, guardou mais um, contra o Corinthians. Ainda será o artilheiro desse campeonato...

André Dias ficou pensando no tamanho do Flamengo...
E nem viu o Ronaldo chegar. Bobeou, dançou: gol do Fenômeno.


Às margens do Rio Guaíba...
Inadmissível a atitude do árbitro Sandro Meira Ricci, de permitir a realização do jogo Internacional x Flamengo, no Beira-Rio. Que ontem estava mais molhado que o próprio Rio Guaíba.

Estátua do Nilton Santos inaugurada na entrada do Engenhão!
Belíssima homenagem, mas alguns alvinegros preferiam que ela estivesse na lateral-esquerda.

Torcida do Botafogo aplaudiu o terceiro gol do Vitória...
Na boa: não quer apoiar o time, fica em casa.

Pérola ouvida na saída do Estádio Olímpico João Havelange!
"Pelo menos não empatamos de novo!"

Impedimento do Ruy no terceiro gol do Fluminense?
Piada, né, Fantástico? Cadê o tira-teima? O cavalinho do Fluzão tá saindo da lama...

Quer ouvir comentários mais divertidos que esses?
PC recomenda o podcast dos amigos Jenny e Vinicius, em breve no Bigodon.

Agora é com vocês, leitores.

PC

Golaço do dia #102 - Nelinho


Atleta: Manuel Resende de Matos Cabral (Nelinho).
Nascimento: 26/07/1950, no Rio de Janeiro.
Jogo: Brasil 2 x 1 Itália (Decisão do Terceiro Lugar na Copa do Mundo de 1978).
Local: Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, na Argentina.
Data: 24/06/1978.

Um dos maiores golaços da história das Copas. A bomba de Nelinho era tão espetacular que, certa vez, Telê Santana afirmou que ele era o melhor cobrador de faltas da história.

PC

domingo, 27 de setembro de 2009

O Fluminense sobrevive

Amigos, foi suado, dramático, cardíaco, desesperador. Mas o Fluminense conseguiu os preciosos três pontos.

Vinte mil tricolores ocuparam as arquibancadas e cadeiras do Estádio Mário Filho. E não era uma multidão qualquer: era uma multidão disposta a vencer ou perecer. Poderiam ter ficado em casa, se abanando com a Revista do Globo. Poderiam ter aproveitado o domingo de sol na praia. Mas havia um objetivo maior no domingo: a vitória do Fluminense contra o Avaí. Por ela, largamos tudo, e fomos subir as rampas do Maracanã.

Amigos, o que se viu no Maior do Mundo foi espantoso. Primeiro, a tempestade de bandeiras e de cânticos. As vinte mil vozes ecoavam como se fossem as 90.000 de 2008, ou as 120.000 de 1970. Vinte mil vozes que acreditavam no milagre. Antes do começo, pedimos a benção a João de Deus, nosso padroeiro. E então tímidas e doces lágrimas correram pelo rosto deste escriba chorão.

Mas em campo o Avaí começou melhor. A defesa tricolor batia cabeça, e o goleiro Rafael precisava operar milagres. Certa hora, um atacante avaiano tentou encobri-lo, e ele fez a defesa com uma segurança de Marcos Carneiro de Mendonça. Para os que não conhecem, Marcos foi o primeiro grande goleiro do Fluminense. E também foi o primeiro arqueiro da Seleção. E agarrava muito. No Fla-Flu de 1919, pegou um pênalti e, não satisfeito, defendeu os dois rebotes impossíveis. E hoje Marcos estava lá, ajudando Rafael a guardar os arcos tricolores.

Mesmo com os milagres de Rafael, o Avaí abriu o placar. Que desespero: a derrota significava o rebaixamento antecipado. Mas abençoado seja o estreante Fábio Neves, que fez grande jogada e cruzou da direita. E então Alan, o príncipe pó-de-arroz, mostrou o habitual oportunismo: era o gol de empate.

Os minutos do primeiro tempo ainda escoavam, quando a zaga tricolor novamente bateu cabeça, e o Avaí fez 2 a 1. Continuava o drama em verde, branco e grená. Porém, eis que surge outro grande nome da partida: Darío Leonardo Conca. Na raça argentina, ele luta por uma bola impossível, e a ganha. O passe para Fábio Neves é perfeito, e o gol de Fábio Neves é perfeito para as pretensões tricolores: 2 a 2, ainda na primeira etapa.

Vem então o segundo tempo, e as vinte mil vozes continuam lá, ecoando no fundo das botinadas dos nossos atletas. Cuca faz substituições ofensivas, e entre os substitutos está Adeílson. Foi ele que cruzou: Ruy subiu junto com o goleiro Eduardo Martini, e a bola sobrou para Alan. O príncipe pó-de-arroz emendou de primeira. Era o gol da virada: a doce e santa virada tricolor.

E, contrariando todos os prognósticos da imprensa calhorda, o Fluminense sobrevive. Ainda na UTI, é bem verdade. Mas sobrevive. E a certeza é que essas vinte mil vozes nunca vão te abandonar. Domingo é dia de Fla-Flu: o milagre continuará. Vencerá o Fluminense, com o verde da esperança.

PC

(a ilustração é arte do amigo Marco)

Ficha técnica: Fluminense 3 x 2 Avaí.
26ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2009.
Local: Maracanã, Rio de Janeiro.
Data e hora: 27/09/2009, 16:00.
Fluminense: Rafael; Ruy, Gum, Luiz Alberto e Paulo César (Dieguinho); Diguinho, Urrutia, Marquinho (Adeílson) e Conca; Fábio Neves e Alan (Fabinho). Técnico: Cuca.
Avaí: Eduardo Martini; Anderson (Caio), Emerson e Augusto; Luís Ricardo (Roberto), Ferdinando, Léo Gago, Marquinhos e Eltinho; Muriqui e Willian (Leonardo). Técnico: Silas.
Árbitro: André Luiz de Freitas (GO).
Auxiliares: Fabrício Vilarinho da Silva e Cristhian Passos Sorence (ambos de Goiás).
Gols: Willian 9'/1T (0-1); Alan 14'/1T (1-1) e 13'/2T (3-2); Muriqui 31'/1T (1-2) e Fábio Neves 43'/1T (2-2).
Cartões amarelos: Marquinho, Diguinho, Gum e Rafael (FLU); Eltinho, Luis Ricardo, Willian (Avaí).
Expulsões: Não houve.
Público: 19.098 pagantes / 20.178 presentes.

Craque - Telê


O post de hoje é composto de dois vídeos. Em cada um deles, uma entrevista curta com Telê Santana da Silva. O mineiro de Itabirito, que sempre torceu para o Fluminense Football Club, conseguiu uma proeza igualada por poucos: é ídolo de várias torcidas.

Como jogador, foi um grande nome do Fluminense, clube do seu coração, pelo qual conquistou o Campeonato Carioca de 1951 (marcando os dois gols do título), a Copa Rio de 1952 (campeonato mundial inter-clubes), o Rio-São Paulo de 1957, o Campeonato Carioca de 1959, e o Rio-São Paulo de 1960. Por ser magro, e por decidir partidas nos últimos instantes, foi apelidado pelos tricolores de Fio de Esperança.

Como técnico, Telê iniciou a carreira também no Pó-de-Arroz, e logo foi Campeão Carioca de 1969. No comando do Atlético Mineiro, conquistou a maior glória da história do Galo, o Campeonato Brasileiro de 1971. No banco de reservas do Grêmio, conquistou o Campeonato Gaúcho de 1977, interrompendo uma seqüência de oito títulos do Internacional.

Após passagem no comando do Palmeiras, chegou à Seleção Brasileira. Apesar de não ter conquistado títulos, o futebol dos seus escretes encantou o mundo. Por fim, chegou ao comando do São Paulo, onde conquistou o Campeonato Brasileiro de 1991, as Libertadores de 1992 e 1993, e os Intercontinentais de 1992 e 1993.

Até hoje, Telê é o único brasileiro a ter conquistado como treinador os quatro principais campeonatos estaduais do país (RJ, SP, MG e RS).

Ídolo do Fluminense? Sim. Ídolo do Atlético e do Grêmio? Sim. Ídolo do São Paulo? Sim.

Mas principalmente: ídolo de toda a nação brasileira.

Obrigado, mestre Telê, nosso eterno Fio de Esperança!

PC

Primeiro vídeo:

Segundo vídeo:

Golaço do dia #101 - Éder Aleixo


Atleta: Éder Aleixo de Assis.
Nascimento: 25/05/1957, em Vespasiano/MG.
Jogo: Brasil 2 x 1 União Soviética (Copa do Mundo de 1982).
Local: Estádio Ramón Sánchez Pizjuán, em Sevilla, na Espanha.
Data: 14/06/1982.

Éder Aleixo fez um dos maiores golaços da história, mandando uma bomba de perna esquerda, de fora da área. O goleiro soviético, Rinat Dasaev, tido como o melhor do mundo na época, nem se mexeu. O gol, aos 43 minutos do segundo tempo, deu à Seleção Brasileira sua primeira vitória naquele Campeonato Mundial.

PC

sábado, 26 de setembro de 2009

História - Fluminense x Avaí

Fluminense e Avaí já se enfrentaram seis vezes na história. Foram 2 vitórias tricolores, 3 empates, e 1 vitória do clube catarinense, com 9 gols do Fluminense e 5 tentos do Avaí. O confronto deste domingo, no Maracanã, será o primeiro fora de Florianópolis.

Lista dos confrontos:
18/05/1958 - Avaí 0 x 4 Fluminense - Adolfo Konder (Florianópolis)
06/04/1974 - Avaí 2 x 2 Fluminense - Orlando Scarpelli (Florianópolis)
31/05/1986 - Avaí 0 x 0 Fluminense - Ressacada (Florianópolis)
30/07/1988 - Avaí 0 x 0 Fluminense - Ressacada (Florianópolis)
22/07/2001 - Avaí 0 x 1 Fluminense - Ressacada (Florianópolis)

Vídeo de convocação da torcida (crédito a Matheus Tavares):

Fichas técnicas de todos os confrontos (preciosa colaboração do amigo Alexandre Magno Barreto Berwanger):

01) Avaí 0 x 4 Fluminense
Data: 18 de maio de 1958
Competição: Amistoso Interestadual
Local: Adolfo Konder/Florianópolis/SC
Árbitro: Fausto Correa/SC
Público: Não informado
Renda: CR$ 88.700,00
Gols: Mario (F) 17' do 1º tempo; Almir (F) 20' e 25' e Escurinho (F) 35' do 2º tempo
Expulsão: Marreco (Avaí)
Avaí: Tatú; Carioca e Enísio (Binha); Marreco, Cláudio e Lelo; Oscar (Bolão), Nílson, Rodrigues, Lauro (Oscar) e Jacó. Técnico: Libório Silva.
Fluminense: Márcio (Vítor Gonzalez); Lácio e Roberto; Dodô, Ivan (Jair Santana) e Clóvis; Almir, Mário, Sombra (Alecir), Jair Francisco (Léo) e Escurinho. Técnico: Sílvio Pirilo.

02) Avaí 2 x 2 Fluminense
Data: 6 de abril de 1974
Competição: Brasileiro
Local: Orlando Scarpelli/Florianópolis/SC
Árbitro: Dulcídio Wanderley Boschilla/SP
Público: 12.731
Renda: CR$ 105.919,00
Gols: Carlos Roberto (A) 20' e Zenon (A) 39' do 1º tempo; Rubens Galaxie (F) 9' e 10' do 2º tempo
Cartão vermelho: Carlos Roberto (A) e Gerson Andreotti (F)
Avaí: Ubirajara, Sousa, Ari Prudente, Vilela e Carlos Roberto; Lourival e Zenon; Ademir, Toninho, Balduíno e Juti. Técnico: Jorge Ferreira.
Fluminense: Roberto, Marinho Sermond, Silveira (Abel), Assis e Zé Maria; Gerson Andreotti e Gerson; Cafuringa (Moacir), Gil, Manfrini e Rubens Galaxie. Técnico: Duque.

03) Avaí 0 x 0 Fluminense
Data: 31 de maio de 1986
Competição: Amistoso Interestadual
Local: Ressacada/Florianópolis/SC
Horário: 21h
Arbitragem: Roberto Nunes Morgado/SP, auxiliado por José Carlos Bezerra e Antônio de Pádua Salles.
Público: 4.056.
Renda: CZ$ 221.940,00.
Avaí: Osvaldo, Roberto Teixeira, Silva, Everaldo e Miranda; Júnior, Douglas Onça e Branco; Pedrinho Gaúcho, Décio Antônio(Toninho) e Nelsinho. Técnico: Vicente
Fluminense: Ricardo Cruz, Renato Martins, Vica, Ricardo Gomes e Eduardo; Jandir, Rogério e Gallo; Washington(Assis) e Tato(Paulinho). Técnico: Nelsinho
OBS.: Inauguração dos refletores do estádio da Ressacada.

04) Avaí 0 x 0 Fluminense
Data: 30 de julho de 1988
Competição: Amistoso Interestadual
Local: Ressacada/Florianópolis/SC
Árbitro: Aliatar Fraga/SC
Público: 5.300
Renda: CZ$ 1.358.500,00 (CZ$ 1.100.000,00 de cota fixa)
Avaí: Fossati (Prê), Nena, Maurício, Sérgio Márcio e JJ Rodriguez; Belmonte, Flávio Roberto, Ivan Formiga (Biguaçú) e Adílson Heleno; Marcos Severo (Mendonça) e Falcão (Eliseu). Técnico: Sérgio Lopes
Fluminense: Paulo Victor, China, Rangel, Alexandre Torres e Eduardo; Dago, Leomir e Paulo Andreolli; João Santos, Niltinho (Cacau) e Franklin (Robert). Técnico: Sergio Cosme

05) Avaí 0 x 1 Fluminense
Data: 22 de julho de 2001
Competição: Amistoso Interestadual
Local: Ressacada/Florianópolis/SC
Árbitro: Iolando Marciano Rodrigues/SC
Público: 5.962
Renda: R$ 38.705,00
Gols: Paulo César (F) 44' do 1º tempo
Avaí: Flávio; Paulo Sérgio (Cedenir), Marcos Telles, Naílton e Edno (Luiz Fernando); Júnior (André), Fantick, Marquinhos Rosa e Ronaldinho; Willian Carioca (Hélder) e Rinaldo (Espíndola). Técnico: Humberto Ramos.
Fluminense: Murilo (Nicola); Paulo César(Flávio), André Luís, César e Anderson (Vinicius) ; Gilmar (Agnaldo Liz), Fabinho, Caio (Jorginho) e Fernando Diniz; Roni (Agnaldo) e Magno Alves. Técnico: Oswaldo de Oliveira.

06) Avaí 3 x 2 Fluminense
Data/hora: 20/6/2009 - 18:30 (de Brasília)
Competição: Turno do Campeonato Brasileiro de 2009.
Estádio: Ressacada, Florianópolis (SC)
Árbitro: Paulo César Oliveira (Fifa-SP)
Auxiliares: Geovani Cesar Canzian (SP) e Nilson de Souza Monção (SP)
Renda/público: R$ 80.740,00 / 10.020 ( 9.142 pagantes )
Cartões amarelos: Marcos Vinícius, Ferdinando, Anderson (AVA); Diguinho, Maurício, Thiago Neves (FLU).
Cartões vermelhos: Maurício, 39'/2ºT
Gols: Muriqui, 12'/1ºT (1-0); Marquinhos, 15'/1ºT (2-0); Fred, 13'/2ºT (2-1); Fred, 15'/2ºT (2-2); Léo Gago, 48'/2ºT (2-2).
Avaí: Eduardo Martini, Ferdinando, André Turatto, Anderson, Uendel, Marcos Vinícius (Caio, 35'/2ºT), Léo Gago, Muriqui, Marquinhos, Lima (William, 18'/2ºT) e Luis Ricardo (Cristian, 37'/2ºT) - Técnico: Silas.
Fluminense: Ricardo Berna, Diogo (Mariano, intervalo), Luiz Alberto, Edcarlos e Augusto (Maurício, 26'/2ºT); Wellington Monteiro, Diguinho, Marquinho (Leandro Amaral, intervalo) e Conca; Thiago Neves e Fred. Técnico: Carlos Alberto Parreira.
OBS.: No sexto jogo contra o Avaí, a primeira derrota do Fluminense, com gol nos acréscimos em chute de longe. O 1º gol de Fred foi o de número 1.200 em Brasileiros desde 1971.

PC

Golaço do dia #100 - Pelé


Atleta: Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé.
Nascimento: 23/10/1940, em Três Corações/MG.
Jogo: Juventus 2 x 4 Santos (Campeonato Paulista de 1959).
Local: Rua Javari.
Data: 02/08/1959.

O gol mais bonito da carreira de Pelé, de acordo com o próprio Rei, infelizmente não foi filmado. Após chapelar três zagueiros em seqüência, Pelé deu o chapéu também no goleiro Mão-de-Onça, e cabeceou para o gol vazio.

O lance imortal só existe na memória das poucas testemunhas na Rua Javari. Mesmo assim, sempre fará parte da lenda de Edson Arantes do Nascimento, o maior futebolista de todos os tempos.

PC

Recordar é viver - Campeão de 1937

Ontem, o Fluminense venceu o Olaria por 7 a 1, no Campo da Rua Figueira de Mello, e conquistou o bicampeonato carioca com uma rodada de antecipação...


Rio de Janeiro, 20 de janeiro de 1938.



Amigos, ontem o Fluminense viveu uma de suas mais belas noites. Na entrada dos jogadores em campo, puxada por Batatais e Nascimento, a torcida presente em Figueira de Mello fez uma grande festa, atirando serpentinas, ao som da banda de clarim. Todos tinham uma certeza profética: aquela era a noite do bicampeonato tricolor.



Antes da rodada, que foi a penúltima, o Fluminense estava três pontos à frente do Flamengo, segundo colocado no certame.



Assim, bastava uma vitória contra o Olaria, para a obtenção antecipada do bicampeonato, sem depender do resultado da última jornada.



Às 21 horas e 36 minutos, a bola rolou. E a equipe tricolor mostrou que estava mesmo disposta a levantar a taça com antecipação. Logo aos sete minutos de jogo, Tim abriu o placar. Elba de Pádua Lima foi o grande reforço desta temporada. A equipe de 1936 já era fortíssima, mas os dirigentes do pó-de-arroz foram buscar em São Paulo uma das maiores estrelas do futebol brasileiro. E Tim chegou para ser um dos heróis do bicampeonato.



O time atual do Fluminense joga por música. A classe de Hércules, Tim e Romeu combina-se perfeitamente com a cooperação de Sandro, Celeste, Orlandinho e Sobral. Os dois últimos não puderam jogar ontem, mas os seus substitutos deram conta do recado.



Pouco depois do primeiro tento, Alcebíades cortou centro de Hércules com a mão. Pênalti assinalado pelo árbitro Carlos de Oliveira Monteiro e convertido pelo próprio Hércules, o artilheiro do campeonato: Fluminense 2 a 0. O Olaria simplesmente não tinha forças para parar o rolo compressor que era o Tricolor. E os gols foram brotando, um atrás do outro, ainda no primeiro tempo. Sandro fez 3 a 0 e Guimarães 4 a 0. Quando faltava um minuto para o intervalo, o goleiro Gabriel rebateu fraco, e Romeu emendou para o gol: Fluminense 5, Olaria 0.



Cabe ressaltar aqui a hospitalidade do São Cristóvão, que recebeu em seu campo o jogo do título do Fluminense. O clube anfitrião ofereceu ao Tricolor uma linda cesta de flores, com fitas tricolores e alvinegras. Era o presente especial da Rua Figueira de Mello para a galeria pó-de-arroz.



O segundo tempo foi o início da comemoração do bicampeonato. A banda de clarim animava a torcida, que ovacionava feericamente seus heróis. Hércules ainda ampliou para 6 a 0 e Romeu para 7 a 0, após falha do keeper do Olaria. Faltando pouco para terminar, Bahiano fez o gol de honra. Placar final: Fluminense 7, Olaria 1.



E então começou a festa que atravessou a madrugada. Torcida e jogadores fizeram o trajeto de Figueira de Mello até Álvaro Chaves em clima de muita comemoração. A campanha do Tricolor até ontem foi irretocável: 17 vitórias, 3 empates e 1 derrota, com incríveis 64 gols assinalados e 21 gols sofridos. Um título não se conquista numa única noite: é fruto de sangue, suor e lágrimas de um campeonato inteiro. Parabéns, Fluminense!



Já se inicia 1938: vamos tratar do tri.



***


Observação: no dia 26/01/1938, o Fluminense empataria com o Flamengo em 1 a 1, no Estádio das Laranjeiras, no jogo da comemoração do título, válido pela última rodada.


***


Ficha técnica
: Fluminense 7 x 1 Olaria - Penúltima rodada do Campeonato Carioca de 1937.
Data: 19/01/1938.
Local: Campo da Rua Figueira de Mello.
Fluminense: Batatais; Ernesto e Machado; Santamaría, Brant e Guimarães; Sandro, Romeu, Celeste, Tim e Hércules. Técnico: Carlos Carlomagno.
Olaria: Gabriel; Enéas e Alcebíades; Zarcy, Del Popolo e Nonô (Nobre); Ary, Avelino (Velha), Bahiano, Nestor e Januzzi (Motta).
Árbitro: Carlos de Oliveira Monteiro.
Gols: Tim, Hércules (2), Sandro, Guimarães e Romeu (2), para o Fluminense; Bahiano para o Olaria.


***

Agradecimentos:
- Alexandre Magno Barreto Berwanger, Natália Linha, Marcelo Pitanga e Mylena Mattos, pelas sugestões e colaborações.
- Luisinho, funcionário do clube responsável pelo Flumemória.

Fontes de pesquisa:
- Jornais do dia 20/01/1938:
> A Noite.
> A Nota.
> Correio da Manhã;
> Correio da Noite.
> Jornal dos Sports.
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- Livro "FFC - História, Conquistas e Glórias no Futebol", de Antonio Carlos Napoleão.

Outras fotos:
Romeu Pelliciari, um dos grandes craques do Fluminense que dominava o futebol brasileiro.

Batatais, o goleiro daquele lendário time do Fluminense.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A magia


Aquele sentimento é inexplicável, indescritível, mas real. E muito intenso.

O Estádio Mário Filho é a minha segunda casa.

Que arrepio é aquele que eu sinto quando subo aquelas rampas?

É como se cada jogo do Fluminense ou da Seleção fosse a minha primeira vez no Maracanã. Com direito a frio na barriga, arrepio na espinha, e lágrimas cismando em brotar nos olhos.

É como se daquele cimento emanassem todos os gols, todas as defesas, todos os dribles, todos os desarmes, todas as lágrimas e todas as histórias ali vividas. Tudo de uma vez só, sem dar tempo de reagir.

As pessoas próximas me perguntam por quê eu sempre vou. Por vezes, o Fluminense está mal, o adversário é ruim, o ingresso é caro, e o jogo não vale nada. E mesmo assim eu estou lá.

Não entendem que minha presença ali é quase uma obrigação. Um compromisso do qual não posso - e nem desejo - fugir.

No fim das contas, não importam os jogadores que envergam as três cores. Não importa o resultado. Não importa o adversário. O importante é estar lá. O importante é ser testemunha da história, e talvez dela participar. O importante é empurrar o verde, o branco e o grená.

E o que dizer da tempestade de bandeiras e de pó-de-arroz? Os cânticos ao fundo, os onze adentram o gramado. E a minha vontade é parar o tempo.

É por isso que, domingo, eu vou ao Maracanã. E você?

PC

Golaço do dia #99 - Dodô


Atleta: Ricardo Lucas "Dodô".
Nascimento: 02/05/1974, em São Paulo/SP.
Jogo: Botafogo 1 x 1 Cabofriense (Campeonato Carioca de 2006).
Data: 02/03/2006.
Local: Maracanã.

PC

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Craque - Preguinho

"Eu nem sabia falar direito e o Fluminense já estava inteiro em minha alma, em meu coração e em meu corpo."
- João Coelho Netto, o Preguinho, maior atleta brasileiro de todos os tempos.

Amigos, a crônica de hoje começa com um personagem: Henrique Maximiliano Coelho Netto (1864-1934), fundador da cadeira número 2 da Academia Brasileira de Letras, aristocrático "príncipe dos prosadores brasileiros". Coelho Netto inventou a expressão "Cidade Maravilhosa", e escreveu o primeiro roteiro para um filme nacional ("A Cidade Maravilhosa"). Coelho Netto se tornou torcedor fanático do Fluminense Football Club, tendo inclusive composto um hino para o clube. Somente esta descrição já bastaria para alçar Coelho Netto a um posto ilustre na História do Brasil. Porém, falta ainda examinar uma outra característica, que lhe acrescenta uma dramaticidade épica: Coelho Netto teve 14 filhos. E não foram quatorze quaisquer. Entre eles, estava João Coelho Netto, o Prego, o Preguinho, o Super-Homem Brasileiro.

Preguinho é o personagem central do meu texto de hoje. João Coelho Netto nasceu em 8 de fevereiro de 1905, no Rio de Janeiro. Seu pai, um dos mais importantes intelectuais brasileiros, queria fazer do filho um atleta. Resolveu começar pela natação: pegou o garoto com as mãos e o atirou numa piscina. João "afundou como um prego". Nascia ali o apelido Prego, que depois se transformaria em Preguinho.

Aos onze anos, Preguinho já figurava nos quadros infantis do Fluminense. Estreou na equipe principal de futebol em 1925, aos vinte anos. Mas Preguinho não era só um jogador de futebol: era um multiatleta, brilhando em nada menos que nove esportes (futebol, basquete, vôlei, atletismo, natação, hóquei sobre patins, saltos ornamentais, remo e pólo aquático).

O dia de sua estréia no futebol, 19 de abril de 1925, ilustra e exemplifica esse fato. Naquela tarde, Preguinho ajudou o Fluminense a conquistar o tricampeonato estadual de natação, nadando na categoria dos 600 metros. Ainda com a medalha no peito, pegou um táxi e se dirigiu até as Laranjeiras, para conquistar no gramado o Torneio Início do Rio de Janeiro, ao vencer o São Cristóvão na final.

Começava ali uma vitoriosa jornada como jogador de futebol no quadro principal do Fluminense. Foram ao todo 172 jogos (98 vitórias, 28 empates e 46 derrotas), com 156 gols marcados pelo Tricolor. Preguinho foi o artilheiro do Fluminense nos certames de 1928, 1929, 1930, 1931 e 1932. Em 30 e 32, foi também o artilheiro geral do Campeonato Carioca.

Em 1930, Preguinho integrou a Seleção Brasileira em sua primeira Copa do Mundo. Mais: fez o primeiro gol do escrete na história dos campeonatos mundiais, na derrota por 2 a 1 para a Iugoslávia, em 14 de julho, no Parque Central, em Montevideo. No segundo jogo, ainda marcou mais dois tentos, na vitória por 4 a 0 sobre a Bolívia.

Em 1933, o profissionalismo se implantava no futebol brasileiro: os jogadores passariam a receber para jogar. Mas Preguinho se recusou a ganhar dinheiro com o futebol. Continuou atuando pelo Fluminense, sem receber um tostão, por puro amor à camisa.

Ao todo, Preguinho contabilizou para o Fluminense incríveis 387 medalhas e 55 títulos, participando das equipes de nove modalidades esportivas. No basquete, é até hoje um dos maiores cestinhas da história do clube, tendo anotado 711 pontos.

Na madrugada de 29 de setembro de 1979, dona Linda, sua esposa, acordou preocupada no apartamento simples em que moravam, em Laranjeiras. Ela vai até a sala e encontra o marido, aos 74 anos, olhando para o diploma de "Benemérito Atleta", que tanto o orgulhava, dado pelo Fluminense, enquadrado na parede. Dona Linda o convence a voltar para a cama. No dia seguinte, o maior atleta que o Brasil já produziu faleceria.

Não há dúvida alguma: João Coelho Netto foi o esportista mais completo que o Brasil conheceu em todos os tempos. Infelizmente, hoje Preguinho é um ídolo semi-esquecido, em um país sem gratidão e sem memória. As únicas homenagens à sua altura estão na sede do Fluminense Football Club: um ginásio com seu nome, e um busto. Muito pouco para uma história tão gloriosa.

Muito obrigado por tudo, Preguinho!

PC Filho

(texto baseado em reportagem da Revista Placar, no site Estatísticas Fluminense, e na Wikipedia, e com a colaboração da amiga Natália Lacerda.)

Golaço do dia #98 - Gullit



Atleta: Ruud Dil Gullit.
Nascimento: 01/09/1962, em Amsterdã, na Holanda.
Jogo: Holanda 2 x 0 União Soviética, finalíssima da Eurocopa de 1988.
Data: 25/06/1988.
Local: Olympiastadion, Munique, Alemanha.

Violenta finalização de cabeça, golaço que abriu o caminho para o título mais importante da história do futebol holandês.

PC

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Pelada em Piúra


Amigos, a partida entre Fluminense e Alianza Atlético foi válida por uma competição internacional oficial, a Copa Sul-Americana de 2009. Mas isso pouco importa: foi uma autêntica pelada em Piúra. Dois times tecnicamente ruins corriam atrás da bola em um campo de grama sintética. Poderia muito bem ter sido disputada no Aterro do Flamengo. Alguém topa montar um time de fora? Três gols ou dez minutos! Já estou cronometrando!

A partida no Estádio Miguel Grau começou com amplo domínio tricolor. Logo aos seis minutos, Luiz Alberto abriu o placar, após cruzamento de João Paulo. Parecia que o Fluminense encheria a sacola, aproveitando-se da fragilidade do vice-lanterna do Campeonato Peruano (que é hoje o torneio mais fraco da América do Sul). Mas o que fez o Fluminense? Lançou-se todo para o ataque, consumando gol atrás de gol? Não, amigos, não. A equipe preferiu acomodar-se. E assim o primeiro tempo terminou mesmo 1 a 0.

Logo após a volta do intervalo, Saulo Aponte recebeu lançamento e fuzilou o gol de Rafael: era o gol de empate do Alianza Atlético. Diante da televisão, eu me perguntava, incrédulo: o que está acontecendo com o Fluminense?

Logo veio o gol da virada peruana, dos pés de Marcio Valverde. O craque do time cobrou a falta de longe, a bola desviou em Diguinho, e matou Rafael: Alianza Atlético 2 a 1.

Jogando contra o vento, o Fluminense tinha dificuldades para fazer as penetrações. A única chance de empate veio também na bola parada. Darío Conca cobrou com perfeição, no ângulo esquerdo do goleiro: Fluminense 2, Alianza Atlético 2.

Pelo regulamento da competição, que valoriza os gols marcados como visitante, o resultado foi muito bom. Pela situação agonizante do Fluminense, que precisa de uma vitória para recuperar o ânimo, o resultado foi ruim. No jogo de semana que vem, no Maracanã, uma goleada cairia muito bem, para dar moral à equipe pó-de-arroz.

Mas antes devemos pensar no duelo contra o Avaí, pelo Campeonato Brasileiro. Vencer ou vencer, eis as opções do Fluminense. Os ingressos estão mais baratos. Povo tricolor, chegou a hora de subir as rampas do Maracanã. Nos vemos no domingo.

PC

Vídeo dos melhores momentos:

História - Fluminense x Times Peruanos

O Fluminense nunca enfrentou o Alianza Atlético de Sullana, clube peruano que é o adversário desta quarta-feira, pela Copa Sul-Americana.

Contra equipes do Peru, o Tricolor já jogou 15 vezes. Foram 8 vitórias, 2 empates e 5 derrotas, com 40 gols marcados e 32 gols sofridos:
05/03/1950 - Universitário-PER 3 x 0 Fluminense - Estádio Nacional (Lima, Peru)
12/03/1950 - Sucre-PER 2 x 6 Fluminense - Estádio Nacional (Lima, Peru)
19/03/1950 - Deportivo Municipal-PER 2 x 1 Fluminense - Estádio Nacional (Lima, Peru)
26/03/1950 - Alianza de Lima-PER 1 x 1 Fluminense - Estádio Nacional (Lima, Peru)
18/04/1950 - Seleção de Arequipa-PER 3 x 5 Fluminense - Estádio Nacional (Lima, Peru)
28/03/1953 - Alianza de Lima-PER 2 x 2 Fluminense - Atanasio Girardot (Medellín, Colômbia)
25/02/1954 - Alianza de Lima-PER 1 x 3 Fluminense - Centenário (Montevideo, Uruguai)
07/04/1956 - Universitário-PER 3 x 1 Fluminense - Estádio Nacional (Lima, Peru)
11/04/1956 - Alianza de Lima-PER 2 x 4 Fluminense - Estádio Nacional (Lima, Peru)
14/04/1956 - Combinado Peruano 1 x 6 Fluminense - Estádio Nacional (Lima, Peru)
06/06/1957 - Alianza de Lima-PER 3 x 4 Fluminense - Estádio Nacional (Lima, Peru)
09/06/1957 - Universitário-PER 2 x 3 Fluminense - Estádio Nacional (Lima, Peru)
16/06/1957 - Sporting Cristal-PER 4 x 1 Fluminense - Estádio Nacional (Lima, Peru)
20/06/1957 - Alianza de Lima-PER 2 x 3 Fluminense - Estádio Nacional (Lima, Peru)
16/05/1996 - Seleção do Peru 1 x 0 Fluminense - Estádio Nacional (Lima, Peru)

PC

Golaço do dia #97 - Adriano


Atleta: Adriano Leite Ribeiro.
Nascimento: 17/02/1982, no Rio de Janeiro.
Jogo: Brasil 2 x 2 Argentina (Final da Copa América de 2004).
Local: Estádio Nacional (Lima, Peru).
Data: 25/07/2004.

Foi o gol de empate do escrete tupiniquim, no último minuto da decisão. Nos pênaltis, o Brasil venceu por 4 a 2, e sagrou-se campeão da Copa América.

PC

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Alianza Atlético de Sullana


Amigos, muitos leitores me perguntaram sobre o adversário do Fluminense nas oitavas-de-final da Copa Sul-Americana. Acontece que também eu nunca havia ouvido falar do Alianza Atlético de Sullana. Então, resolvi pesquisar informações sobre o clube peruano. E aqui está o resultado.

O momento atual do Alianza Atlético é parecido com o do Fluminense: muito ruim. A equipe ocupa a vice-lanterna do Campeonato Peruano. Após 32 rodadas, o Alianza Atlético somou 32 pontos, estando na zona de rebaixamento. O rendimento atual não faz jus ao apelido de El Vendaval del Chira. (o Rio Chira corta a região de Sullana)

Apesar de ser considerado um clube pequeno no cenário nacional, o Alianza Atlético já se mantém há 22 anos na Primera División. No ano passado, conquistou a sua melhor colocação, o quinto lugar. No cenário internacional, as melhores campanhas foram exatamente na Copa Sul-Americana: Los Churres chegaram à mesma segunda fase em 2004 e 2005.

O Alianza Atlético foi fundado há 89 anos, no dia 18/01/1920, na pequena cidade de Sullana. Os maiores feitos do clube são os cinco títulos do extinto Regional Norte, e o vice-campeonato da Copa Perú de 1984.

O uniforme principal do Alianza Atlético é branco com franjas verticais azuis. O uniforme alternativo é azul com franjas verticais amarelas.

O jornalista Angel Hugo Pilares, do Diário El Comércio, de Lima, informa que o craque do Alianza Atlético é o volante Marcio Valverde, de 21 anos. O treinador Teddy Cardama deposita muita confiança no cérebro de seu meio-campo.

No fim de semana, o Alianza Atlético empatou com o Megral (1 a 1), em Arequipa, num jogo com portões fechados.

O jogo da Copa Sul-Americana começará às 19:15 desta quarta-feira, horário de Brasília. A partida será realizada no Estádio Miguel Grau, em Piúra, capital da província, distante 30 minutos de Sullana (de carro). A província se situa no noroeste do Peru, e tem litoral no Oceano Pacífico Sul.

PC

(com informações de jornais peruanos e do Fluminense 24 Horas)

Golaço do dia #96 - Washington



Atleta: Washington Stecanela Cerqueira.
Nascimento: 01/04/1975, em Brasília/DF.
Data: 21/05/2008.
Local: Estádio Mário Filho, Rio de Janeiro/RJ.

O gol mais comemorado da história recente do Maracanã, na voz arrepiante do Penido. A profecia de Nelson Rodrigues estava concretizada.

PC

A insanidade coletiva

Na semana passada, eu estava conversando com o Gustavo, grande amigo da época da faculdade, e... peraí! Eu disse que estava conversando com ele, mas já me corrijo: estava na verdade batendo um papo virtual com meu amigo. A internet possui vários méritos, e um deles é o de permitir muitas conversas instantâneas e gratuitas, com muitas pessoas, estejam elas onde estiverem. Porém, isso acaba nos afastando do relacionamento pessoal, da conversa olho-no-olho. O que é muito ruim. Vejam só: eu e o Gustavo ambos moramos no Rio de Janeiro, e mesmo assim já não nos vemos há um bom tempo. E não é só ele: a mesmíssima coisa acontece com quase todas as minhas amizades. Desculpem-me o desvio, já voltarei ao assunto original da crônica.

Aquela conversa ocorreu, salvo engano, na noite de sexta-feira. Começou com as amenidades de sempre: esbravejamos contra Castillo, o goleiro botafoguense; depois, reclamamos que precisamos de férias; e assim seguimos papeando, sobre assuntos mutantes. Até que, uma hora, o Gustavo escreveu algo assim: "É estranho mudar de paradigma. Até um determinado momento da vida, tudo gira em torno do estudo. Depois, tudo gira em torno do dinheiro. No fim da vida, as atenções provavelmente serão voltadas para a saúde. Isso tudo parece tão pouco, né, PC?".

Concordei imediatamente com meu amigo. Que loucura é essa? O Gustavo conseguiu descrever muito bem a insanidade coletiva que vivemos. A insanidade coletiva, eis o tema sobre o qual escreverei hoje. Já estou escrevendo, na verdade.

Quando somos crianças, todos estudamos. Ou melhor, todos deveríamos estudar. Chegará o dia em que eu não precisarei escrever esse "ou melhor". Apesar de o estudo ser algo totalmente contrário ao instinto, tenho certeza de que é a atividade à qual as crianças devem se dedicar. "Até um determinado momento da vida, tudo gira em torno do estudo", já escreveu o Gustavo. E este escriba fica muito feliz que assim seja.

Na minha modesta opinião, é na segunda fase desse jogo que a insanidade coletiva começa. A fase do dinheiro: "Depois, tudo gira em torno do dinheiro", disse o Gustavo. Assim caminha a humanidade: o número mais importante da vida de uma pessoa deixa de ser sua data de nascimento, seu RG, ou sua nota no boletim. A quantidade que mais importa passa a ser aquele número após a palavra "saldo" no extrato do banco. Se o número do sujeito é pequenino, ele não está bem. Se o número é grande, o sujeito é bem-sucedido na vida. Se o número for negativo, o sujeito está em apuros.

E então o objetivo da vida passa a ser aumentar aquele número. Alguns me atacarão, dizendo que estou exagerando. Estou mesmo? Se você está na fase do dinheiro, examine a sua agenda. Veja quantas horas do dia você dedica a aumentar aquele número. Alguma outra atividade toma tanto o seu tempo? Não, né? Então, o grande objetivo da sua vida é mesmo aumentar aquele número. Parabéns, leitor: você enxergou o óbvio.

O Gustavo continuou, dizendo que não consegue conversar sobre esse assunto com as pessoas. Para a maioria delas, esse cenário é natural, está embutido na vida, e nada pode modificá-lo. Quando alguém toca no assunto, ouvem-se as gargalhadas gerais, como se a situação toda fosse uma piada engraçada. Mas não é.

Faz sentido trabalhar oito, nove, dez, onze horas em um dia? Faz sentido sacrificar sua saúde para aumentar aquele número? Faz sentido deixar família e amigos em segundo plano?

Todos sabemos que não, não faz sentido. Então, por quê continuamos o sacrifício? Por quê?

Faça parte de meu manifesto contra a insanidade coletiva. Ligue para aquele velho amigo, e marque um encontro real com ele. Vá à casa dos seus pais, e passe uma tarde de quarta-feira com eles. Gaste uma manhã de quinta-feira com o seu filho, ou o seu sobrinho. Assista ao pôr-do-sol na praia. Faça carinho no seu cachorro, ou mesmo nos cachorros dos outros. Dedique-se a uma atividade voluntária. Leia um livro. Viaje sozinho, viaje acompanhado.

A vida só é louca porque nós a fazemos louca. Ela devia ser bem melhor. E será.

PC

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A casa-da-mãe-joana

Amigos, na Rua Álvaro Chaves funciona um certo clube de futebol, que já foi um dia muito respeitado por sua organização. Hoje, este clube poderia muito bem ser chamado de casa-da-mãe-joana.

Na casa-da-mãe-joana, ocorrem variados mandos e desmandos. Sabem aquele ditado, "manda quem pode, obedece quem tem juízo"? Na casa-da-mãe-joana, é difícil descobrir quem manda. E também é difícil achar quem obedeça.

Vejamos o exemplo do funcionário Fulano Sotnas. Após uma estreia aguerrida e elogiada, ele nunca mais prestou seus serviços à casa. E nem voltará a prestar, embora Mestre-Cuca pareça não saber disso. "Isso aqui é uma bagunça, eu não defendo mais essas cores", teriam sido as palavras de Fulano. Vida louca essa da Rua Álvaro Chaves.

Continuo minha análise com o funcionário Lenardo Larama. Ele recebe um dos cinco maiores salários de estufa-redes do país. Sua função, como o próprio nome diz, é estufar redes. Mas nos nove meses desse ano, Lenardo não conseguiu estufar nenhuma rede, tendo passado 90% de seu tempo sob cuidados médicos, no estaleiro.

No domingo, um funcionário estrangeiro, de nome Pato Aiturru, fez sua estreia defendendo as cores da casa. Mesmo não sendo sua função primordial, ele quase fez o que Lenardo ainda não conseguiu. Importante lembrar: durante a sua contratação, ficou evidenciado o fato de que é difícil descobrir quem manda na casa-da-mãe-joana. (clique aqui para saber mais)

A casa-da-mãe-joana, por possuir uma história muito respeitável, é acompanhada de perto por uma legião de fãs. Alguns deles possuem até uma carteirinha, chamada "Passaporte". Os fãs acham que estão ajudando a casa-da-mãe-joana com a manutenção dessa carteirinha. Mas, na verdade, estão enriquecendo outras contas bancárias. (clique aqui para saber mais)

Os funcionários da casa-da-mãe-joana são comandados por um homem. No início do ano, a responsabilidade cabia ao Super Mario. Porém, não deram muito crédito ao herói bigodudo, de forma que logo passaram o cargo ao respeitado Pé-de-Uva. Mas também não tiveram muita paciência com ele, e passaram a função ao Capitão Barriga, que obtivera bons resultados comandando a casa num passado recente. Mas continuidade não combina muito bem com a casa-da-mãe-joana, e logo trocaram novamente o comando, do Capitão Barriga para o Mestre-Cuca.

A casa-da-mãe-joana recebe uma polpuda ajuda financeira mensal de uma famosa empresa do ramo da saúde. O gordo patrocínio, infelizmente, é muito mal utilizado. Ciclano Sorrab, importante membro da empresa, escolhe alguns dos contratados pela casa-da-mãe-joana, à revelia dos seus interesses.

A casa-da-mãe-joana não provê a mínima estrutura para que seus funcionários possam exercer sua profissão. Tanto é assim que, há algum tempo, a administração resolveu alugar o terreno do Galinho. Lá, a estrutura também é precária, mas menos pior que na Terra das Laranjas.

Quando os funcionários da casa-da-mãe-joana chegaram de Porto Alegre, ontem à noite, foram recepcionados no aeroporto, por seres sedentos por violência. Estes seres acham que violência vai resolver. Se eles viajassem doze anos no tempo, perceberiam que violência não resolve nada.

Esses são os ingredientes que compõem a receita do caldeirão comandado por Mestre-Cuca. São os mesmíssimos ingredientes de doze anos atrás. Nas mesmíssimas proporções.

O resultado disso tudo? Ano que vem, provavelmente teremos uma casa-da-mãe-joana de segunda linha.

PC

Golaço do dia #95 - Zidane


Autor: Zinédine Yazid Zidane (زين الدين يزيد زيدان em árabe).
Nascimento: 23/06/1972, em Marseille (França).
Jogo: Real Madrid-ESP 2 x 1 Bayer Leverkusen-ALE (decisão da Liga dos Campeões da UEFA 2001/2002).
Data: 15/05/2002.
Local: Hampden Park (Glasgow, Escócia).

Cruzamento de Roberto Carlos, voleio sensacional de Zidane. Golaço no jogo mais importante do ano para os clubes europeus.

PC

domingo, 20 de setembro de 2009

Vexame no Olímpico


Amigos, segue o calvário do Fluminense. Hoje, o Tricolor deu um vexame histórico no Estádio Olímpico: os 5 a 1 são a maior goleada que o Grêmio já aplicou sobre o Fluminense em todos os tempos.

Após a partida contra o Goiás (1 x 4), um amigo meu, pó-de-arroz doente, fez o exagero melancólico: "o Fluminense é pior que o Tabajara!". Nem tanto, amigos, nem tanto. De fato, justiça se faça ao Tabajara: é o time mais vazado do mundo, mais vazado que o Bonsucesso. Seja como for, uma coisa é certa e serve de modesto consolo: há piores que o Fluminense. Por exemplo, os já citados Tabajara e Bonsucesso. Pena que estes não disputam o Campeonato Brasileiro.

Na época da impiedosa derrota para o Goiás, escrevi aqui que o Fluminense era o coitadinho de 2009. Infelizmente, cada rodada que passa me faz ter mais certeza disso. Os leitores sabem que sou um otimista irremediável. Mas nem o meu colossal otimismo consegue enxergar a luz no fim do túnel.

No primeiro tempo, sofremos três gols em um intervalo de doze minutos. Isso não é só azar, isso não é só incompetência, isso não é só desatenção. Sofrer três gols em doze minutos requer uma total falta de confiança, uma absoluta falta de fé em si mesmo.

Se os jogadores não tiverem confiança e fé, então já podemos começar a planejar a Segunda Divisão. Eles, os jogadores, não podem desistir. Simplesmente não podem. Porque são eles os únicos, repito, os únicos que podem tirar o Fluminense desta situação.

Diretoria, comissão técnica e torcida podem ajudar. Mas quem está dentro das quatro linhas é que vai - ou não - salvar o Fluminense.

Domingo, eu e mais dezenas de milhares de apaixonados por essa instituição centenária estaremos lá no Maracanã. Temos uma música que diz assim: "joga com raça, que nós te apoiaremos".

É isso que pedimos: sangue, suor e lágrimas de cada um dos onze jogadores. E só.

PC