segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Football



Domingo, primeiro de fevereiro, nove e alguma coisa da noite, não havia nada para ver na TV. E não era nem TV aberta! Não agüentava mais acompanhar as mesas-redondas discutindo cada detalhe dos jogos do campeonato paulista, idolatrando o Lenny por seus três gols contra a Macaca, ou lamentando a derrota do São Paulo para o Ramalhão e o festival de bolas na trave santistas na derrota para o time da Cidade do Exagero. Também não estava passando nenhum filme que eu não tinha visto pelo menos umas cem vezes. Passeando pelos canais mais novos no pacote lá de casa, deparei-me com nada mais nada menos que o maior evento esportivo da terra do Tio Sam: o Superbowl!

Sem nada mais para ver, resolvi dar uma chance ao futebol americano, afinal a população da maior potência mundial não pode estar tão errada assim (até pode, mas vamos em frente). Alguns amigos já haviam explicado como é a pontuação e a dinâmica do jogo, então lá fui eu tentar entender o que se passava. Em resumo, o que sabia era que cada time tem quatro tentativas para avançar dez jardas; feito isso, recomeça a contagem para mais dez jardas, até chegar à endzone do adversário, marcando um touchdown (6 pontos). Conseguindo isso, o time ganha também a possibilidade de chutar ao gol, para ganhar mais um ponto. Caso não seja possível chegar na endzone, o time com a posse da bola pode arriscar um chute de longe, que se acertado vale 3 pontos. Durante o jogo, fica um monte de gente se agarrando, uns para impedir o quarterback de lançar, e outros protegendo o lançador desses uns. O quarterback tenta passar a bola para alguém que vai avançar as jardas ou lançar para alguém que já avançou e espera a bola longa. Bem simplificadamente é isso aí. E com essa visão de leigo é que acompanhei o jogo e que escrevo aqui.

(Parêntese: discordo completamente do nome do jogo: football. Primeiro porque só usam os pés para repor a bola em jogo ou para marcar as menores pontuações. Segundo porque aquilo com o que jogam não deveria ser classificado como bola).

Quando comecei a assistir, o jogo já estava 10 a 0 para o Pittsburg Steelers (!!!). Sim, placar normal, acertaram um chute de longe (field goal), depois um touchdown + chute bônus. Aí então o pessoal do Arizona Cardinals resolveu acordar para o jogo, marcando 7 pontos. E começaram a gostar do jogo! Recuperaram a posse de bola e, num piscar de olhos, estavam na marca de duas jardas, mais do que prontos para marcar mais um touchdown e levar o jogo para o intervalo com o placar a seu favor em 14 a 10. Mas então, aconteceu a jogada mais espetacular desse Superbowl. Aliás, pelo que logo descobri, a jogada mais espetacular da história dos Superbowls! Warner, quarterback do Arizona tenta o lançamento para seu companheiro que já estava na endzone adversária, mas a bola é interceptada por Harrison, que parte para a corrida em direção ao extremo oposto do campo. E, em uma magnífica corrida de 100 jardas, o jogador do Pittsburg marca o mais incrível touchdown que já vi (claro, foi a primeira vez que assisti a um jogo desses). E pelo visto, foi o mais incrível de todos os tempos. O cara correu tanto que precisou de um balão de oxigênio para continuar na partida. Intervalo então com 17 a 7 para o favorito Pittsburg.

(Outro parêntese: li no Lance! outro dia que grande parte dos espectadores acha mais interessantes as propagandas que passam no intervalo do que o próprio jogo. Algo na casa de 40%. Impressionante! Pena que esses comerciais não passaram aqui no Brasil).

Segundo tempo começa, e vários eventos levam o placar a Steelers 20 x 14 Cardinals. Estes começaram a pressionar e o jogo ficou eletrizante. Encurralados em sua própria endzone, os Steelers cometem uma falta que dá dois pontos e mais a posse de bola para o adversário: 20 a 16. (Mais um parêntese: muito difícil distinguir o que é falta do que não é. Pelo que entendi, depois de alguns instantes confabulando com meu irmão, é que falta ocorre quando um jogador derruba outro sem a bola. Mas ainda não faço idéia). E numa sequência extremamente rápida, lançamento de Warner para Fitzgerald, que acabava de se tornar o recordista em jardas avançadas e touchdowns em uma pós-temporada, e mais 7 pontos para o Arizona. 23 a 20 a pouco mais de dois minutos para o fim da peleja. Então apareceu a genialidade do quarterback do Pittsburg.

A cerca de 30 segundos do fim da partida, Ben Roethlisberger, ou simplesmente Big Ben, tira de sua cartola um lançamento primoroso para o MVP do Superbowl, Santonio Holmes, que segura a bola lá no terceiro andar e consegue tocar com a ponta dos pés no gramado adversário antes de cair fora do campo. Touchdown! Jogo emocionante! Uma virada como essa a menos de um minuto do fim! Os narradores da ESPN estavam em êxtase! Sobra muito pouco tempo e o time do Arizona não consegue virar novamente o placar. Final: Steelers 27 x 23 Cardinals. Festa para o primeiro hexacampeão da história da NFL.

No final das contas, curti bastante o tal do Superbowl. Principalmente porque esse foi um dos mais empolgantes da história. E olha que eu nem tinha apostado nesse jogo! (Fico só imaginando quanto estaria pagando a vitória do Pittsburg quando perdia por 23 a 20...). Mas nada supera o bom e velho futebol, este sim com bola e pé.

rafs

PS.: estou lutando muito com o meu editor de texto para poder escrever segundo as novas regras de ortografia, mas é bem possível que muita coisa ainda escape. Por isso, peço desculpas aos nossos sete leitores.

2 comentários:

  1. Eu vi o Superbowl também.

    Não entendo nada das regras, mas fiquei com o coração na mão nesses cinco minutos finais. Foi realmente emocionante!

    Vi a transmissão norte-americana. Os comerciais são meio sem graça. Americano é meio bobo hehehe

    Mas gostei do esporte, vou procurar aprender as regras.

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  2. Recomendo a vocês o filme "Num Domingo Qualquer".

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