quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Educação

Estava conversando outro dia com um de nossos seis leitores, enquanto esperávamos o começo do filme “Cartas de Iwo Jima”, que vimos numa pré-estréia aqui no Rio. Aliás, recomendo que assistam; é melhor que “A Conquista da Honra”, também dirigido pelo Clint Eastwood (o primeiro conta o lado japonês, e o último o lado americano de uma das batalhas da II Guerra). Nossas conversas são muito produtivas para mim. Um dos assuntos que discutimos foi educação.

Falávamos do bom resultado obtido no último ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio – por escolas consideradas tradicionais, que priorizam um ensino “humano”. Elas obtiveram resultados melhores que as escolas ditas modernas, as quais incentivam a competição entre os alunos.

O cursinho que tem obtido os melhores resultados nos vestibulares do Rio nos últimos anos adota essa segunda filosofia de ensino. A competição é incentivada o tempo todo. Ano passado, tomei conhecimento de uma prática desse curso que eu considero absurda, imoral, inaceitável! Lá pela metade do ano, a turma é dividida em duas, de acordo com o resultado de uma prova. Dali em diante, os “melhores” receberão mais atenção; são os que têm mais chance de passar e dar fama ao curso. Os “piores” receberão menos atenção; provavelmente serão aconselhados a tentar um vestibular mais fácil, ou a pagar mais um ano de curso. Como se uma prova pudesse distinguir os “melhores” dos “piores”! Como se alguns fossem mesmo “melhores” que outros! É melhor eu nem começar a citar os possíveis efeitos psicológicos sobre os ditos “piores” alunos...

O relativo sucesso recente desse tipo de educação é preocupante. Os bons resultados obtidos no vestibular têm incentivado pais a matricular seus filhos em escolas que estão ensinando a seus filhos valores incorretos. “Seus colegas não são mais seus amigos; são seus concorrentes!”.

Considero importantíssimo discutir sobre educação; afinal, as deficiências na educação brasileira são as principais responsáveis por nossas mazelas. Enquanto nossos governantes não considerarem a educação como prioridade absoluta, veremos a desigualdade social e a violência aumentarem. Infelizmente, o menino João Hélio foi apenas mais uma vítima da falta de visão, caráter e comprometimento de gerações de políticos brasileiros. Eles ganham um salário astronômico, e só trabalham de terça a quinta. Claro! O Brasil é um país perfeito! Quase não há problemas para resolver!

PC

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